Sebastián Marroquín, filho de Juan Pablo Escobar, acusa a Netflix e José Padilha, diretor da série Narcos, de usarem sua família sem consentimento. Em entrevista à Folha de São Paulo nesta terça-feira,10, ele afirmou que se sente insultado com a história veiculada no serviço de streaming e cogita acionar os responsáveis na Justiça.

“A série é um insulto à história da Colômbia, à memória do meu pai e à de milhares de vítimas que perderam a vida dentro dessa história. É uma maneira muito horrorosa de representar meu pai como o único responsável por tudo o que aconteceu. Omite fatos históricos que não deveria, sobretudo quando se apresenta ao público uma história supostamente verdadeira”, afirma.

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Na conversa, Marroquín conta que se ofereceu para ser consultor da série, desde que fosse remunerado, mas a resposta de Padilha nunca chegou. “Queria saber do senhor Padilha como ele reagiria se eu escrevesse uma história da vida dele sem que soubesse”, questiona, deixando claro que ainda pensa em processar os envolvidos na produção.

Questionado, o diretor José Padilha defendeu seu trabalho. “A Netflix tem todo o direito de contar a história de Pablo como bem entender e de explorar comercialmente a sua narrativa, como qualquer escritor e cineasta têm, posto que Pablo Escobar é uma figura pública. E tem também o direito de contratar os consultores que preferir, segundo a sua avaliação, assim como este senhor tem o direito de ficar chateado por não ter sido contratado”.

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Justiça
O advogado Gustavo Binenbojm, especialista na área, explica que o relato biográfico não é propriedade do personagem ou de sua família. “Ele pertence a quem elaborou a história”, declara.