O Galaxy On7 é um novo conceito para a Samsung. Observando o sucesso que empresas chinesas estão fazendo vendendo seus produtos diretamente para o público online, sem o intermédio de varejistas (estratégia que a Xiaomi tem repetido no Brasil), a coreana também decidiu testar estas águas. O Galaxy On7 é o resultado desta iniciativa.

O smartphone é um aparelho intermediário que custa R$ 1 mil que tenta disputar mercado em uma das faixas mais competitivas de preço, com nomes estabelecidos. O On7 está na mesma faixa do Moto G de 3ª geração, próximo do Zenfone 2, mas também sofre pressão do Redmi 2 Pro, da Xiaomi, que é bem mais barato e deixa pouco a desejar.

Mas o quão bom realmente é o Galaxy On7? É o que vamos descobrir.

Design

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Não parece que a Samsung colocou muito esforço na hora de projetar o Galaxy On7, pelo menos no que tange à sua aparência. O modelo é muito parecido com todos os outros intermediários da empresa, o que inclui aparelhos como o J5 e J7. O seu diferencial é que sua traseira de plástico texturizado que tenta imitar couro, que não esconde a simplicidade do material.

As laterais são revestidas com um acabamento metálico, que, apesar de criar um efeito visual interessante, contribui para que o aparelho fique escorregadio com suor e a gordura da mão, atrapalhando um pouco a pegada.

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A pegada é um ponto que deve ser observado com carinho. Apesar do pequeno problema citado acima, ela é favorecida pelo design, com uma curvatura pequena na traseira, na junção com as bordas laterais, como a Samsung fez com o Galaxy Note 5. Esta curvatura, ainda que pequena, facilita a pegada, ao contrário do que acontece, por exemplo, com a traseira chapada do Galaxy S6 Edge Plus.

Quando falamos em um smartphone grande, como é o caso do On7, com sua tela de 5,5 polegadas, todo artifício para tornar o seu uso mais confortável é bem-vindo. As bordas ao redor da tela também não são muito grandes, tanto dos lados quanto em cima e embaixo.

No fim das contas, é um design pouco inspirado, sim, mas é prático.

Tela

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Como observado anteriormente, o On7 usa um painel de 5,5 polegadas, que é bem grande (apesar de o tamanho estar aos poucos se tornando um padrão no mercado), e favorece o consumo de conteúdo, jogos e a leitura para quem tem estes hábitos no celular.

Contudo, o display não está à altura da tecnologia aplicada em outros aparelhos da empresa, incluindo até mesmo outros modelos mais baratos, como é o caso da linha J da Samsung. O On7 usa o LCD TFT convencional em seu painel, enquanto o J5, por exemplo, que está numa faixa de preço similar, já usa AMOLED, que é uma tecnologia superior.

A Samsung é, em geral, excelente com telas, e isso acaba se refletindo até mesmo nos aparelhos de menor preço. No entanto, o On7 não tem a mesma vivacidade de cores e contraste que outros aparelhos da empresa, o que é uma pena.

Desempenho e hardware

Infelizmente pelo seu preço, o On7 é bem modesto pelo quanto ele custa. O aparelho traz um processador Snapdragon 410, similar ao utilizado em aparelhos como o último Moto G e o Redmi 2 Pro, junto com 1,5 GB de memória RAM, que é menos do que o oferecido nos outros modelos citados (2 GB para cada).

Isso já dá uma dimensão do que esperar do Galaxy On7: um aparelho simples. Ele não apresenta lag na maioria das tarefas simples, mas também não é indicado aos “power users”, aqueles que levam o hardware do aparelho ao limite. Ele não é recomendável para jogos mais parrudos, nem para aplicações mais pesadas.

A limitação acaba se refletindo nos benchmarks, que são obrigatórios para confirmar se o que as configurações no papel acabam mostrando. De fato, o desempenho não impressiona, obtendo uma pontuação mediana e próximo dos competidores mais baratos. 

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É importante observar: um desempenho modesto não é problema, desde que ele seja compatível com o que o preço sugere. Um aparelho de R$ 1 mil tem que ser melhor do que um de R$ 700, ou ele não tem motivo para existir. A única possibilidade seria um design muito superior, ou alguma outra característica muito especial, que compensasse o preço maior. Não é o caso.

 Software

Quando falamos em software em aparelhos Samsung, estamos sempre nos referindo à TouchWiz, sempre tão comentada. Em anos anteriores, os smartphones da empresa foram rechaçados por apresentar um software muito pesado, que exigia muito mais de hardware do que deveria para funcionar bem.

Felizmente, a Samsung tem se tocado e melhorado. Os novos tops de linha da empresa já têm apostado em uma identidade visual mais limpo com um software bem mais leve. E, aos poucos, essa identidade vai descendo para os modelos mais baratos, como é o caso do Galaxy On7.

O aparelho já traz a nova proposta da empresa de não pré-instalar aplicativos desnecessários. Aquele monte de apps inúteis que só serviam para ocupar espaço no celular e memória RAM ao serem executados em segundo plano se foi. Ficaram apenas os aplicativos obrigatórios do Google e três específicos da Samsung. Uma medida do tipo sempre merece aplausos; torcemos para que todas as empresas façam o mesmo.

Apesar das melhoras, a TouchWiz ainda está longe de ser perfeita. A interface ainda é mais confusa e carregada do que deveria, mas ao menos a Samsung está no caminho certo.

Câmera

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É o quesito que mais diferencia o Galaxy On7 da massa de intermediários sem rosto do mercado. A Samsung faz, na verdade, um bom trabalho de levar uma tecnologia de câmeras acima da média para os seus modelos mais intermediários. O J5 e o J7 já eram bons exemplos disso, e o On7 (quase) repete o feito.

A abertura de f/2.1, apesar de não ser muito grande, permite uma boa entrada de luz, o que permite, em geral, uma melhor qualidade das imagens e a possibilidade de brincar com efeitos de profundidade de campo. A questão é que os supracitados J5 e J7 tem uma abertura ainda maior, de f/1.9, que garante mais qualidade e liberdade criativa.

De qualquer forma, na hora de capturar as imagens, é possível perceber uma qualidade que vai além do que outros aparelhos na faixa dos R$ 1 mil são capazes. As fotos trazem uma boa nitidez e as cores são reproduzidas com uma fidelidade aceitável para a faixa de preço.

A câmera traseira conta com um sensor de 13 megapixels, e o usuário pode acessar o modo Pro, que permite vários tipos de ajustes mais finos na fotografia, o que é um bônus para quem tem o conhecimento para lidar com ISO e balanço de branco, por exemplo. Já a lente frontal é um pouco menos impressionante, com 5 megapixels e qualidade inferior como um todo, com tendência a granular a imagem. Os únicos recursos especiais são um modo de embelezamento que faz ajustes automáticos no rosto e uma “selfie panorâmica”, que aumenta o ângulo de captura, permitindo que mais pessoas caibam na foto sem que precisem se espremer. Também é triste que o flash frontal visto na linha J não esteja presente no On7.

O foco automático não é muito rápido. Na verdade, ele demora bastante para fechar em um objeto, e é possível ver o foco “indo e voltando” enquanto os sensores fazem seus trabalhos para ajeitar a imagem. No entanto, comparado com a faixa de preço, os sensores são eficientes.

A câmera do Galaxy On7 é, no fim das contas, boa para sua faixa de preço, mas infelizmente é inferior ao que a própria Samsung consegue oferecer nesta faixa. Como já dissemos, o J5 e o J7 são mais eficientes sem custar mais.

Fizemos algumas amostras de fotos que você pode conferir abaixo. Clique nelas para vê-las em tamanho cheio.

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Conclusão

O Galaxy On7 é um bom smartphone intermediário, mas tem um problema sério: ele está no lugar errado na hora errada. Se ele existisse como ele é em 2013, talvez fosse a melhor opção no mercado. Hoje ele está pressionado por várias opções que são melhores na faixa de preço, ou que oferecem qualidade similar custando mais barato.

A própria Samsung parece confusa com o aparelho. Nesta faixa intermediária, a empresa tem no mercado os aparelhos Galaxy J5 e Galaxy J7, ambos melhores do que o On7 e custando menos!

Então, infelizmente, não podemos indicar o On7. Se você procura algo com qualidade similar, mas mais barato, o Redmi 2 Pro é a melhor opção. Se não se importar em pagar um pouquinho a mais, o Zenfone 2 é uma alternativa ainda melhor. Se o que você está procurando precisa estar na faixa dos R$ 1 mil, aí você ainda tem alternativas como o Moto G3 e a linha Galaxy J. Todos são opções melhores.