De acordo com a empresa de monitoramento de redes DYN Research, o Iraque tem desligado toda a sua infraestrutura de internet de maneira programada nos últimos dias, entre as 5h e as 8h da manhã. Entre os dias 14 e 16 de maio (de sábado a segunda), o país desativou toda a sua rede nesse horário com o suposto intuito de impedir que alunos colem nas provas.

Embora o Ministério das Comunicações não tenha emitido nenhum comunicado sobre os desligamentos, o grupo de direitos humanos SMEX teve acesso a um e-mail de um provedor de internet do país. No comunicado, o provedor avisava que o desligamento era uma ordem do ministério que afetaria todos os provedores tanto de internet fixa quanto móvel.

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A provedora iraquiana Earthlink também comunicou o desligamento a seus clientes – especificando-o como ordem do Ministério das Comunicações – por meio de sua página no Facebook:

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Mercado de respostas

Uma fonte que não quis se identificar disse ao site Vocativ que o período entre as 5 e 8 da manhã é quando as questões da prova de acesso ao ensino médio são fechadas pelos professores. Nesse período, professores subornados vazar as questões, e as respostas a elas poderiam ser disponibilizadas online para pagantes, gerando uma espécie de mercado negro de respostas às questões.

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No Iraque, o estudo só é obrigatório até a sexta série. Alunos que desejem continuar a estudar precisam realizar uma prova para entrar em outro colégio, e os que não têm bom desempenho normalmente interrompem seus estudos nesse ponto. A pressão para ir bem na prova, portanto, gera um forte incentivo a colas.

Segundo o ArsTechnica, cortes como esse já haviam sido realizados no ano passado no mesmo período com a mesma intenção. O Atlantic informa que essa é a décima-segunda vez que um governo ordena um desligamento total da internet de seu país. Antes do desligamento do ano passado para as provas, a única outra vez que o Iraque obrigou a desativação de toda a sua rede foi quando o Estado Islâmico tomou a cidade de Mossul, no norte do país.