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“A vigilância se insinua em estado líquido.”

Zygmunt Bauman (Sociólogo, 1925- )

A vigilância é uma das dimensões de nossa sociedade moderna da qual não podemos escapar. Ela é tangível, na onipresença das câmeras de segurança, e invisível, quando se aproveita de nossos dados registrados em sistemas de imposto de renda, e-commerce ou redes sociais. Ao contrário do “grande irmão” de George Orwell, o qual era uma figura absoluta, este novo ser supremo que tudo vê é fragmentado, fluído, possui múltiplas formas e está cada vez mais artificialmente inteligente.

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Liberdade vs. segurança

O marco zero para deflagar sistemas de vigilância numa escala global é o ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro 2011. A guerra contra o terror colocou o delicado equilíbrio entre liberdade e segurança em xeque e nossa liberdade e privacidade começaram diminuir. Quanto maior a ameaça terrorista, maior o medo e a insegurança, o que dá aos governos e corporações uma espécie de carta branca para ampliar sistemas que desconfiam de tudo e de todos. Como escreveu o sociólogo Zygmunt Bauman: “Você quer segurança? Abra mão de sua liberdade, ou pelo menos de boa parte dela.”

Edward Snowden

Em 2013, o jornalista Glenn Greenwald revelou que o governo norte-americano por meio da National Security Agency (NSA), estava fazendo uso de sistemas de espionagem para vigiar os cidadãos. A reportagem trazia fatos comprovados pelo analista de segurança Edward Snowden, um “insider” que foi capaz de provar o que revelou ao mundo. Ele fugiu dos Estados Unidos e se regressar será julgado pelo crime de espionagem e roubo de informações. Mas seria realmente Snowden um criminoso?

Teletelas

No romance 1984 de George Orwell, temos as “teletelas”, espécie de TVs que monitoravam e gravavam cada movimento dos cidadãos. Winston Smith, personagem central do livro, para fugir do monitoramento das teletelas compra bloco de papel e lápis (material ilegal) e busca um local no seu cubículo para escrever contra o sistema, onde as teletelas supostamente não podiam vê-lo. Mesmo assim, acaba descoberto. Não temos teletelas, temos smartphones. Está na hora de você comprar seu bloco de papel e um lápis.

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