Há alguns anos, Bill Gates decidiu usar a maior parte de seu tempo e de seus bilhões de dólares para dedicar-se à filantropia. Isso o leva a fazer algumas coisas inusitadas, como beber um copo de água de esgoto tratada e filtrada, e, agora, ele decidiu cheirar um perfume de cocô em nome da saúde das áreas mais pobres do globo.

Foi por uma boa causa, claro. Sua fundação, em parceria com a empresa suíça Firmenich, está trabalhando em novas formas de lidar com os problemas de saneamento básico de áreas muito pobres. Um dos problemas a serem combatidos é que as instalações de banheiros costumam ser fedorentas demais, fazendo com que as pessoas sintam nojo de usá-las e prefiram fazer suas necessidades em outros lugares, ajudando a espalhar doenças que causam cerca de 800 mil mortes de crianças por ano por falta de higiene.

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Então, uma solução para fazer os banheiros serem menos mal-cheirosos é a atual missão da Fundação Bill & Melinda Gates e seus parceiros. Mas, para isso, foi necessário que a Firmenich criasse seu próprio perfume de cocô, prontamente cheirado por Bill Gates, que descreveu com belas palavras a sensação que todos nós já tivemos ao entrar em um banheiro público maltratado: “Um forte coice nas narinas, com uma combinação de fedor de esgoto, suor de celeiro e amônia, completo com um odor de vômito (ou seria queijo parmesão?).”

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Depois de recriar o mau-cheiro de um banheiro, a segunda parte da tarefa é criar alguma técnica que vá além de apenas cobrir o fedor (para não ficar aquele cheiro de rosas com cocô), mexendo diretamente no cérebro humano para enganá-lo, assim como os fones de ouvido com cancelamento de ruído agem para isolar o usuário dos sons ao seu redor.

Segundo a Firmenich, as fragrâncias que a empresa desenvolveu inibem a ativação dos receptores olfativos responsáveis por sentir os odores ruins. Assim, bloqueando os receptores, o cérebro não percebe e não se incomoda com o mau-cheiro.

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E a diferença foi notável para o nariz de Bill Gates. Depois de cheirar o perfume novamente, mas tratado com as fragrâncias da Firmenich, o fundador da Microsoft disse não ter sentido nada. “Em vez de esgoto, suor e queijo maturado, eu senti um aroma floral agradável”, ele afirma.

O projeto piloto já está sendo implantado na Índia e em partes da África, com o objetivo de aperfeiçoamento para que a prática se torne barata e fácil de usar.