Duas empresas chinesas estão trabalhando com o governo da Ucrânia para construir uma usina de energia solar na área de exclusão de Chernobyl. A ideia da cooperação, segundo a Reuters, é aproveitar o espaço da região contaminada por radiação com painéis solares que poderão gerar energia para outras partes do país.

Em 1986, um acidente na usina nuclear de Chernobyl fez com que toda a região próxima, incluindo a cidade de Pripyat, tivesse que ser evacuada. A área foi contaminada por radiação e ainda hoje é considerada uma “zona de exclusão”: não é aberta e exige uma autorização do governo ucraniano para que pessoas possam visitá-la.

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A construção da usina ficará a cargo das empresas CCEC e GCL, a primeira das quais é ligada ao governo chinês. De acordo com as empresas, a zona de exclusão de 2.600 quilômetros quadrados (quase o dobro da cidade de São paulo) já passou por diversas vistorias para provar a viabilidade do projeto. Além disso, “a Ucrânia aprovou uma lei que permite que o local seja usado para agricultura e outras coisas, então isso significa que [a radiação] está sob controle”, segundo o administrador da GCL.

Terra devastada

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Produzir energia solar é uma atividade relativamente segura para a zona de exclusão de Chernobyl, já que há bastante espaço vazio lá que poderia ser usado para a instalação de painéis. A China já possui outros projetos de uso de terras evacuadas para gerar energia solar e eólica, como na região de Shanxi. O país é o maior gerador de energia solar do mundo, tendo produzido 43 gigawatts até o final de 2015 e sendo responsável pela produção de 72% dos componentes de energia solar naquele ano, segundo a Reuters.

Desde 2009, a China vem investindo também na produção de usinas de energia solar em outros países, como na Mongólia. O país também possui a maior bateria do mundo, com capacidade para abastecer 12 mil casas, ligada a um sistema de energia solar e eólica.

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Com o projeto, Chernobyl deixará de ser uma região devastada para, ao menos, ser um espaço útil de alguma forma. Embora não seja fácil chegar até lá, pessoas interessadas poderão explorar a “zona de exclusão” graças a um projeto de realidade virtual