A expressão “open source” pode remeter, num primeiro momento, a projetos caseiros apressados e mal-acabados. No entanto, a percepção sobre sistemas de código aberto está se tornando felizmente cada dia mais positiva, e soluções open-source estão sendo usadas por cada vez mais empresas.

“Open source” significa, em tradução direta, “fonte aberta”. Isso porque o código-fonte de programas desse tipo pode ser visualizado por qualquer pessoa. Essa característica dos programas open source faz com que seu aspecto comercial se revista de algumas complicações, já que códigos que podem ser totalmente vistos também podem ser totalmente copiados.

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No entanto, essa característica também traz uma vantagem imensa: um código como esse pode ser modificado, melhorado e otimizado por qualquer um com o conhecimento necessário para fazê-lo. E em um mercado que se renova e se modifica tão rapidamente, essa vantagem pode valer muito mais.

A IBM abordou os benefícios de sistemas abertos no evento Inovação em Debate, que aconteceu em sua sede na capital paulista e contou com a presença de Frank Koja, o vice-presidente de Systems Hardware no Brasil. Participaram também Boris Kuszka, diretor dos arquitetos de solução da Red Hat, e Pietro Delai, gerente de pesquisas e consultoria da IDC.

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Não fique preso

Imagine, por exemplo, que uma empresa constrói a sua infraestrutura de TI em torno de um código proprietário – isto é, um software que pertence a uma determinada empresa, que é a única capaz de alterá-lo. Pouco depois, uma nova tecnologia surge, e essa empresa deseja se aproveitar dela em sua infra de TI. Nesse caso, como ela procederia?

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Seria necessário entrar em contato com a empresa que desenvolve a infra de TI, expressar esse desejo, e investir tempo e dinheiro na integração – que pode nem mesmo ser possível, no final das contas. A empresa, nesse caso, ficaria ancorada pela tecnologia que contratou, e precisaria se reconstruir inteira para acompanhar o ritmo do mercado – a situação conhecida como “lock in”.

Mas e se essa mesma empresa tivesse adotado um sistema aberto? Nesse caso, qualquer pessoa – mesmo alguém de fora da empresa – poderia trabalhar o código de sua infraestrutura para adaptá-la à novidade. Um problema cuja resolução poderia ser extremamente burocrática e custosa num sistema fechado praticamente desaparece diante das possibilidades do código aberto.

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Mais segurança

Essa possibilidade de adaptação a novas tecnologias é apenas um exemplo da agilidade e flexibilidade que as soluções de código aberto trazem. Outro exemplo é com relação à segurança. Afinal, no código proprietário, cabe ao dono do mesmo criar soluções de segurança e mantê-lo atualizado e blindado contra malwares.

No código aberto, porém, qualquer pessoa que encontre qualquer tipo de falha no código pode imediatamente repará-la. E como o código fica aberto, essas falhas podem ser encontradas de maneira muito mais fácil, já que ele fica exposto a uma auditoria muito mais ampla.

Cinco anos atrás, seria difícil prever que os cenários da internet e da computação atuais seriam dominados por dispositivos móveis, mas foram justamente as empresas e serviços que tiveram a flexibilidade e agilidade de se adaptar a essas mudanças que prosperaram nessa nova conjuntura.

Não sabemos ainda qual será a próxima disrupção dessa ordem no mercado; o que sabemos, no entanto, é que as soluções de código aberto podem dar às empresas a capacidade de se preparar para quando elas chegarem.