A Netflix começou em 1998 como um serviço online de aluguel de DVDs. Desde então, ela se tornou uma das maiores plataformas de streaming do mundo, e começou a investir pesadamente na produção de seus próprios filmes e séries. No entanto, embora a empresa não divulgue isso, seu serviço de aluguel de DVDs continua funcionando.

Durante a virada do ano, a empresa lançou um aplicativo para iOS voltado justamente para os usuários do DVD.com, um serviço paralelo da Netflix que oferece aluguel de DVDs a residentes dos Estados Unidos. Por meio dele, é possível escolher qual filme você quer e recebê-lo em casa após algum tempo. É possível até mesmo criar uma “fila” de filmes que você quer ver; assim as entregas nunca param.

O objetivo do aplicativo é apenas facilitar o gerenciamento dos DVDs alugados pelo serviço, já que ele também continua a funcionar sem o app. Durante os seus primeiros dias, a Netflix permitia que o assinante alugasse até três filmes por vez, ficasse com eles quanto tempo quisesse e, ao devolver um deles, recebesse outro em casa em até um dia útil. O comercial abaixo é dessa época:

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Por quê???

Pode parecer sem sentido que a Netflix continue a oferecer um serviço desse tipo numa época em que o streaming já pode ser acessado de maneira relativamente fácil. No entanto, como aponta o The Next Web, manter o aluguel de DVDs como parte de suas operações faz sentido para a Netflix por alguns motivos.

Um deles é a própria lucratividade. De acordo com os últimos resultados financeiros que a empresa disponibilizou (PDF), cerca de 4,2 milhões de pessoas ainda assinam esse serviço nos EUA, pagando taxas mensais de US$ 5 a US$ 12 (ou de R$ 16 a R$ 38, aproximadamente). No total, isso dá à empresa uma receita de US$ 132 milhões por trimestre, e US$ 68 milhões de lucro a cada três meses.

Há também o valor pouco calculável de manter o atendimento de clientes antigos da empresa. Mas, fora isso, há ainda um fato mais marcante: em DVD, a Netflix pode oferecer programas que dificilmente seriam disponibilizados em seu serviço de streaming – como a série “Game of Thrones”, por exemplo. Manter esse serviço pode acabar dando à Netflix uma vantagem sobre seus concorrentes, eventualmente.