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“Memento mori”

Lembra-te de que morrerás”

(Expressão medial de origem monástica)

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Vamos conversar sobre a morte? Essa é a pergunta que poucas pessoas gostam de ouvir. Morte, apesar de ser a única coisa absolutamente 100% certa no distante (espero) futuro de nossas vidas, é assunto para outro dia, quem sabe. Mas, em tempos de múltiplos “selfs virtuais” habitando redes sociais e da crescente influência da vida on-line em nosso cotidiano, morrer está se tornando no mínimo, um pouco mais complexo. Vale assim, uma breve reflexão.

Mortais

Em artigo publicado no The Atlantic, o jornalista Paul Bisceglio demonstra com diferentes depoimentos, como redes sociais podem ser valiosas ferramentas para aqueles que estão em fase terminal de suas vidas. “Todo o processo é realmente terapêutico. Escrever um tweet me ajuda a racionalizar as coisas ou me tranquilizar.”, disse Kate Granger, uma médica britânica que decidiu renunciar ao tratamento para câncer terminal. As plataformas sociais servem como canal para suporte, carinho e atenção, cumprindo papel importante na vida das pessoas, algumas internadas em hospitais, incapazes de sair do quarto ou da cama.

Imortais

Facebook, em seus primeiros oito anos de existência, perdeu 30 milhões de usuários… para a morte. O assunto não é tabu entre os gigantes das mídias sociais e todos, em seus termos de uso ou privacidade, possuem alguma informação de como notificar a morte de um ente querido. A conta pode se transformar em “memorial” ou ser “apagada”. Apagar parece combinar mais com a morte absoluta, mas a decisão por imortalizar a conta, a eternidade digital é atraente. Para alguns porém, entrar numa rede social e encontrar fotos e posts antigos de um parente ou amigo falecido, até mesmo solicitações de amizade pendentes, é dor e sofrimento. Para o escritor irlandês C.S. Lewis: “O presente é o ponto no qual o tempo toca a eternidade.” A morte, real ou virtual, não importa. Viver plenamente o presente é o segredo, todo resto é ilusão.

Nota The Twitter Hereafter – Último tweet antes de morrer

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