Dois estudantes do MIT demonstraram ontem um aplicativo para relógios inteligentes que é capaz de detectar as emoções do usuário. Para fazer isso, o aplicativo coleta dados tanto dos sensores do aparelho quanto da fala de seus usuários.

Com esse conjunto de dados, o sistema, criado por Tuka AlHanai e Mohammad Mahdi Ghassemi, é capaz de classificar o estado emocional da fala de um usuário entre positivo, neutro e negativo. O vídeo abaixo mostra o aplicativo em funcionamento:

publicidade

Entre os dados coletados pelo dispositivo estão frequência cardíaca, pressão sanguínea, temperatura e nível de movimento dos usuários. Fora isso, o microfone do dispositivo também capta o que o usuário está falando (ou ouvindo), e utiliza um algoritmo para analisar as emoções contidas naquela fala.

publicidade

Emoções e segurança

Segundo o MIT, emoções negativas eram associadas a pausas longas entre frases ou palavras e tons vocais monótonos. Por outro lado, emoções positivas estavam relacionadas a uma variação maior nos tons de fala e mais movimento do corpo. Além disso, o sistema conseguiu relacionar emoções negativas a movimentos curtos e repetitivos e aumento da atividade cardiovascular, além de determinadas poses como colocar a mão no rosto.

publicidade

Como o aplicativo capta a fala dos usuários e das pessoas próximas, o algoritmo de interpretação emocional é rodado localmente na versão de testes. Segundo seus criadores, uma versão voltada para consumidores finais teria protocolos claros de uso de dados e de consentimento do usuário.

Resultados

publicidade

Usando redes neurais para treinar o sistema a aprender a discernir entre emoções positivas e negativas, os pesquisadores conseguiram atingir uma precisão de 83% na determinação de emoções. O aplicativo também consegue avaliar o tom geral de conversas, dividindo-as em trechos de cinco segundos e avaliando-os individualmente.

De acordo com o Engadget, um aplicativo desse tipo poderia ser bastante útil para pessoas com condições mentais que dificultam a socialização, como autismo ou ansiedade. Para chegar a esse ponto, contudo, os pesquisadores ainda pretendem desenvolvê-lo mais. Isso seria feito por meio de versões de teste compatíveis com mais aparelhos vestíveis, como o Apple Watch.