Quando foi lançado, o Snapdragon 835 chamou atenção por ser um dos primeiros processadores fabricados no processo de 10 nanômetros a estar amplamente disponível ao público. No entanto, uma tecnologia desenvolvida pela IBM e pelas suas fabricantes de processadores (a Samsung e a GlobalFoundries) permite fabricar processadores num processo de apenas cinco nanômetros.

Segundo a IBM, essa inovação oferece um aumento de até 40% na performance dos processadores (na comparação com chips de cinco nanômetros) usando a mesma quantidade de energia. E processadores produzidos com o processo de cinco nanômetros podem atingir o mesmo desempenho dos de 10 nanômetros economizando 75% de energia. Ou seja, eles oferecem desempenho bem melhor com muito menos energia.

Moore vive

O anúncio da IBM representa um novo fôlego para a Lei de Moore, a diretriz que dita o desenvolvimento da indústria de semicondutores desde a década de 1960. Nos anos recentes, acreditava-se que ela estivesse atingindo seu limite, já que era quase impossível continuar encolhendo o tamanho dos processadores.

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Para atingir esse novo “encolhimento” do processo de fabricação dos chips, a IBM teve que desenvolver uma nova arquitetura de processadores; segundo a empresa, a arquitetura FinFET, que é usada para processadores de até sete nanômetros, não funciona bem para esse novo tamanho. A empresa desenvolveu um método que usa “fatias” de folhas de silício de proporções nanométricas. 

Essas folhas são então gravadas com a tecnologia de litografia extrema em ultravioleta (EUV, na sigla em inglês). Com essa nova técnica, a empresa conseguiu colocar cerca de 30 bilhões de transistores em um chip que tem aproximadamente o tamanho de uma unha. 

Importância e aplicações

Além de representar um avanço notável para a IBM, o sucesso da técnica também serve de alívio para a indústria de semicondutores como um todo: ela demonstra que ainda é possível extrair mais desempenho dos processadores por meio do encolhimento do processo de fabricação. Assim, os pesquisadores ainda não precisarão inventar novos métodos de computação para conseguir mais performance.

De acordo com o Engadget, esses novos processadores ainda estão bem longe de chegar ao mercado. Mesmo os chips de sete nanômetros só devem aparecer em dispositivos voltados para o consumidor final em 2018. No entanto, quando eles chegarem, tanto a performance quanto a duração da bateria dos smartphones devem melhorar consideravelmente. Ainda de acordo com a IBM, essa inovação também pode ser aplicada a sistemas de computação cognitiva e dispositivos de “internet das coisas”.