Enquanto algumas operadoras brasileiras experimentam a prática conhecida como zero-rating oferecendo serviços como o WhatsApp sem consumir o plano de dados do usuário, no Reino Unido, as coisas estão mais avançadas. Por lá, será possível contratar um plano com acesso à Netflix sem gastar dados.

A operadora por trás dessa proposta é a Three. Ela lançou o plano “Go Binge”, que, apesar de ser mais caro do que as outras opções da mesma empresa, possivelmente será bem recebido pelos consumidores, uma vez que ele também dá acesso ao serviço de streaming de músicas Deezer.

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A questão sobre o plano é que o zero-rating não é muito bem visto entre os ativistas da neutralidade da rede. Segundo essa visão, todos os bits que circulam na rede devem ser tratados de forma igual. Quando isso significa que uma operadora não pode melhorar o acesso a um serviço e reduzir a velocidade de outro concorrente, normalmente a neutralidade da rede costuma ter mais adeptos. Quando falamos em zero-rating, que é quando o consumidor acaba favorecido, a discussão costuma ficar acalorada.

A crítica ao zero-rating é de que ele prejudica a concorrência e favorece os gigantes, estimulando monopólios. Vamos supor, por exemplo, que o Facebook começasse a pagar todas as operadoras para oferecer seu serviço sem consumo de dados. Ficaria quase impossível para uma rede social melhor, mas menor, iniciante, com potencial, mas sem o mesmo capital gigantesco do Facebook, conquistar usuários. Afinal de contas, por que pagar (com o consumo de dados) para usar um se é possível ter o outro de graça?

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No Brasil, o Marco Civil da Internet se opõe a todas as práticas que vão contra o conceito de neutralidade da rede. Isso não impediu, no entanto, as operadoras de continuarem oferecendo planos com WhatsApp, Facebook e Twitter grátis. Quem sabe um dia a Netflix não entre nesse grupo?