A indústria do cinema, que movimenta cerca de US$ 40 bilhões por ano em todo o mundo, deu um primeiro passo, nesta semana, rumo a um futuro totalmente digital. O Lotte Cinema World Tower, na Coreia da Sul, foi o primeiro a trocar projetores tradicionais por uma “TV gigante”.

Normalmente, a tela de um cinema é feita de um tecido ou uma simples parede branca capaz de refletir a luz que é jogada sobre ela a partir de um projetor que fica do lado oposto da sala. O que este cinema na Coreia fez foi instalar um enorme painel de LED para exibir as imagens como uma TV comum faz, sem precisar refletir luz de projetores.

O painel é obra da também coreana Samsung, que anunciou em março o projeto com o pouco criativo nome de Samsung Cinema Screen, e que agora anuncia o primeiro uso comercial da tecnologia. A tela tem pouco mais de dez metros de altura e é capaz de reproduzir imagens digitais em resolução 4K (4.096 x 2.160), além de oferecer suporte à tecnologia HDR.

Os defensores do cinema digital dizem que a substituição de projetores por painéis gigantes de LED é a melhor forma de concorrer com o avanço do entretenimento doméstico, além de melhorar a resolução e qualidade geral das imagens. Já os opositores da ideia defendem que parte do “charme” da experiência do cinema está em detalhes analógicos como a forma como o filme é projetado.

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De qualquer forma, essa transição do analógico para o digital vem acontecendo já há alguns anos na indústria: primeiro com as câmeras, que trocaram os filtros de película pelo registro digital; depois pelos próprios projetores, que não dependem mais de um rolo gigante de filme, mas apenas de discos Blu-ray e pen drives; e, agora, pode caminhar também para a reprodução das imagens diretamente na tela.