A Administração do Ciberespaço do governo da China iniciou uma investigação contra as redes sociais WeChat, Baidu Tieba e Weibo, que são os equivalentes chineses do WhatsApp, do Facebook e do Twitter, respectivamente. De acordo com a BBC, as autoridades afirmaram que as três plataformas estavam sendo usadas para espalhar obscenidades, rumores e conteúdos relacionados a terrorismo.

Essas redes sociais pertencem, respectivamente, às gigantes chinesas de tecnologia Tencent, Baidu e Sina Corporation. Elas são algumas das redes sociais mais populares do mundo, cada uma das quais tendo centenas de milhões de usuários. Embora elas já censurem pesadamente o conteúdo postado por usuários para seguir diretrizes do governo, aparentemente esse policiamento ainda estava insuficiente.

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O governo acusou os usuários das plataformas de “espalhar violência, terror, rumores falsos, pornografia e outras ameaças à segurança nacional, segurança do público e ordem social” nas redes. A BBC especula que a investigação dos sites esteja relacionada ao Congresso do Partido Comunista chinês, que acontecerá entre outubro e dezembro e teria incentivado o governo a fechar ainda mais o cerco contra a liberdade de expressão.

Respondendo às investigações, a Baidu disse “lamentar profundamente” a situação e que vai “cooperar ativamente com os departamentos do governo para retificar a questão e aumentar a intensidade da vigilância”, segundo a Reuters. As empresas responsáveis pelo WeChat e pelo Weibo não comentaram o caso. 

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Internet cercada

Redes sociais ocidentais como o Facebook, o Twitter e o Instagram já são bloqueadas na China, bem como o Google e sites de notícias do ocidente, como o New York Times e o Le Monde. O acesso a esses sites poderia até mesmo ser feito por meio de VPNs (redes virtuais privadas), mas o governo chinês mudou a legislação em janeiro deste ano para criminalizar o uso de VPNs. O governo também tem registro dos números de telefone associados aos usuários, o que torna a prática bastante arriscada. 

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No final de julho, a Apple, sob pressão do governo, também removeu de sua loja chinesa de aplicativos todos os programas relacionados a VPNs, como aponta o TechCrunch. Esses fatores levaram a ONG Freedom House, que avalia o nível de democracia nos países, a considerar a China “o maior abusador da liberdade da internet do mundo”.