Os criadores do Popcorn Time não desistiram de levar opções simplificadas de streaming para os usuários e agora querem fazer isso sem desafiar a lei.

Desde que o PopcornTime.io foi fechado por violar direitos autorais em 2015, os criadores do serviço buscam novas formas de levar acesso a filmes e programas de TV para todos. Agora eles se juntaram ao Reelgood, uma startup responsável pelo desenvolvimento de um agregador de serviços de streaming, para desenvolver uma interface simples que facilite a busca por conteúdo de mídia na internet.

Mas o Reelgood não oferece conteúdo que viola direitos autorais – ele está dentro da lei. Enquanto o Popcorn Time agregava torrents e fontes piratas para os usuários, o Reelgood aposta em plataformas pagas e gratuitas legais. E o objetivo é consertar um dos problemas do modelo atual de streaming que leva as pessoas à pirataria.

“Há um equivoco em pensar que torrent é baixado por pessoas ruins que não querem pagar por conteúdo. Eu diria que, na maioria dos casos, torrents são um sintoma de uma enorme fragmentação que é dada como única opção legal ao consumidor”, disse o desenvolvedor Luigi Poole ao TorrentFreak.

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Segundo Poole, os diferentes tipos de serviço com interfaces diferentes dificultam a vida dos consumidores. “O filme que eu estou para comprar ou alugar está disponível em algum dos serviços que eu assino? Atualmente não há como saber isso sem sair usando a pesquisa de cada um dos serviços,” explicou.

O novo projeto dele consiste em criar uma interface simplificada que una o catálogo de todos os serviços que uma pessoa assina – em uma única página ela conseguiria ver o que pode assistir a partir de Netflix, Amazon Prime, HBO Go e outros.

“Acreditamos que esse é o principal motivo das pessoas usarem torrent – é mais fácil, considerando que as opções legais apresentadas são essencialmente uma caça ao tesouro,” continuou. Ele também comparou a busca em diferentes plataformas à mudança constante de canal atrás de alguma coisa interessante na TV.

O Reelgood por enquanto funciona apenas nos EUA e pode até ajudar a minimizar a questão da fragmentação dos serviços de streaming, mas não vai resolver um dos maiores problemas: cada vez precisamos pagar por mais serviços diferentes para ter acesso a todo o conteúdo que desejamos. E com a Disney anunciando a retirada dos seus filmes da Netflix, a tendência é que isso só cresça nos próximos anos.