A HMD Global, empresa finlandesa que é dona da marca Nokia desde que a comprou da Microsoft em 2016, anunciou nesta quarta-feira, 16, o Nokia 8. Trata-se do primeiro smartphone Android da empresa a chegar ao mercado com especificações de alto desempenho para competir com os modelos mais potentes desta geração.

O Nokia 8 tem uma tela LCD de 5,3 polegadas, resolução 2K e proporção 16:9. Isso significa que a HMD não só quis economizar no display (um painel LCD é mais barato e gasta mais energia que um OLED ou AMOLED, por exemplo), mas também evitou a tendência dos concorrentes, que vêm apostando em telas maiores para corpos menores, como o Galaxy S8 e o LG G6.

Por dentro, porém, o Nokia 8 não deixa a desejar em comparação com os rivais. O processador é um Snapdragon 835, o mais potente da Qualcomm no momento, e que vem acompanhado de 4 GB de RAM e 64 GB de espaço interno para armazenamento. Na parte de trás do aparelho há duas câmeras de 13 MP feitas pela companhia alemã Zeiss.

Este nome é um velho conhecido da Nokia. No auge dos smartphones da marca sob o guarda-chuva da Microsoft, com os celulares Lumia, a empresa era conhecida pelas câmeras de alta qualidade, fabricadas com componentes fornecidos pela Zeiss. Aparentemente, a HMD quer reviver a parceria nessa nova fase.

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A câmera dupla do Nokia 8 tem a mesma função que a do Moto Z2 Force, da Motorola. Uma delas tira fotos em tons de cinza e a outra tira fotos coloridas. O resultado final é uma “fusão” das duas imagens, o que, em tese, melhora a saturação, contraste e visibilidade em pouca luz das imagens feitas com o smartphone.

Além disso, o Nokia 8 vem com um “truque” de software que permite que o usuário use tanto as câmeras traseiras quanto a câmera frontal ao mesmo tempo, para gerar uma imagem dividida com os dois pontos de vista. Esse recurso pode ser utilizado até mesmo em vídeos e transmissões ao vivo para YouTube, Facebook e Instagram, tudo nativamente.

Como notou o site The Verge, o Nokia 8 também traz de volta um velho conhecido dos usuários de celulares da marca: a tela “sempre ligada” (always-on). A Nokia foi uma das primeiras a ter a ideia de ligar parte do display para exibir notificações, o que acabou sendo replicado por fabricantes concorrentes.

O problema é que o painel LCD não é muito econômico em termos de energia, e fazer a tela ligar toda vez que surge uma notificação deve sugar a bateria de 3.090 mAh do aparelho com facilidade. Entretanto, a Nokia diz que desenvolveu uma tecnologia nova que permite que o always-on funcione sem consumir tanta energia.

Por fim, o celular vem com uma conexão USB-C, Quick Charge 3.0 para carregamento mais rápido e um novo microfone, chamado Ozo, capaz de captar áudio em 360 graus. Isso significa que vídeos feitos com o Nokia 8 podem ser reproduzidos com som imersivo, até mesmo em transmissões ao vivo do Facebook.

O Nokia 8 sai da caixa com Android Nougat quase sem modificações na interface, assim como os outros celulares da “nova Nokia”. O aparelho começará a ser vendido em setembro na Europa por 600 euros, o que equivale a pouco mais de R$ 2.200 em conversão direta. Até agora não se sabe quando os celulares da empres chegarão ao Brasil.