Imagine poder viajar de São Paulo a Nova York em cerca de meia hora. Em seu estágio atual, a indústria de aviação não conseguiria viabilizar algo do tipo sem te cobrar uma fortuna, mas Elon Musk parece ter encontrado uma solução que combina alta tecnologia ao preço que se cobra por voos comerciais hoje em dia.

Nesta sexta-feira, 29, o CEO da SpaceX realizou um evento que foi finalizado com a demonstração de uma ideia que a companhia vinha cozinhando em segredo: usar foguetes espaciais para viagens pela Terra.

publicidade

A SpaceX está desenvolvendo um foguete interplanetário que por ora é chamado de BFR (sigla para Big Fucking Rocket). Ele é capaz de viajar ao máximo de 27 mil quilômetros por hora, o que permite que vá de um ponto a outro na Terra — seja quais forem os locais de partida e chegada — em menos de uma hora.

A ideia é que cada cidade possua uma pequena plataforma de lançamento para os foguetes. Depois de pagar o tíquete, o passageiro seria levado até lá de barco e passaria por volta de 30 minutos dentro do BFR. Quando atingisse a atmosfera, o foguete se separaria dos propulsores, que, ao invés de ficarem jogados pelo espaço, retornariam ao lugar de lançamento.

publicidade

Um vídeo postado pela empresa ontem dá um dimensão melhor do que eles pretendem. Os tempos de percurso são impressionantes quando se lembra que atualmente é preciso passar mais de dez horas dentro de um avião para visitar outro continente. De Nova York a Xangai, por exemplo, levaria 39 minutos, e há ainda exemplos como de Hong Kong a Singapura (22 minutos), Londres a Dubai ou NY (29 minutos) e Los Angeles a Toronto (24 minutos).

publicidade

Não foram divulgados detalhes sobre a iniciativa, já que Musk só tocou no assunto quando estava prestes a descer do palco, mas, como o BFR é o mesmo modelo que a SpaceX pretende usar para levar pessoas à Lua e a Marte, é de se supor que haja capacidade para algo entre 80 e 200 pessoas.

Embora tudo isso ainda seja teoria, o The Verge reporta que Musk disse no evento que a construção do BFR deve começar dentro de nove meses. Mas tem muita coisa a ser respondida ainda, principalmente em termos de experiência de viagem (se haverá momentos de gravidade zero, por exemplo) e segurança, porque as aeronaves comerciais são bastante seguras, mas os foguetes da SpaceX só conseguiram alcançar uma taxa de 16 aterrissagens em sequência sem explosão até hoje.