“Ruptura”, segundo o dicionário Michaellis, significa “ação ou efeito de romper; quebra de relações sociais ou de compromissos; suspensão da continuidade de algo; corte; interrupção”. Ou seja, representa o fim, de maneira abrupta, de um ciclo que se desgastou.

Apesar da conotação negativa, a ideia de uma ruptura também traz consigo a ideia de um recomeço. Uma reestruturação, que se ergue com base nas cinzas do que foi interrompido e que leva algo ou alguém adiante. Nesse contexto, uma ruptura é também um momento de renovação.

É isso o que representa o conceito da “ruptura digital”. Negócios inseridos na era digital sabem o quanto essa indústria muda a uma velocidade quase imperceptível. Parâmetros são descartados e reinventados o tempo todo. O que é certo, o que é errado, o que é rentável e o que é irrelevante são conceitos que mudam mais rápido do que se consegue ver.

É para isso que existe a tecnologia, afinal: para nos ajudar a compreender informação e realizar tarefas com mais agilidade. Há dez anos, por exemplo, ninguém imaginava que quase 70% dos brasileiros um dia estariam usando um dispositivo móvel para acessar a internet, em detrimento do PC. Pois foi isso o que uma pesquisa do Instituto Ipsos descobriu sobre o Brasil de 2017.

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Hoje, com a economia compartilhada, velhos negócios saem de cena para que novas ideias dominem o mercado frequentemente. Aplicativos como Uber, Cabify e 99, por exemplo, trazem motoristas aos seus pés em apenas alguns toques, aposentando a ideia de pegar o telefone para pedir um táxi ou acenar para eles na rua. O Airbnb ameaça as redes hoteleiras, enquanto a Netflix há tempos acabou com as locadoras de vídeo.

O que aconteceu com quem ficou para trás? Não conseguiu pensar e agir rápido o bastante diante das transformações da era digital. Isso é o que se chama de “Ruptura Digital”: uma grande transformação que acontece num espaço curto de tempo, de modo que diversas empresas não conseguem se adaptar e acabam ultrapassadas. 

Como usar a ruptura digital a seu favor

A ruptura digital é importante porque dá novos ares ao mercado, estimula a competição e, no fim, quem ganha são todos os lados do negócio, tanto o provedor quanto o cliente. Não é preciso ter medo de uma revolução na indústria. O que é preciso é estar preparado para abraçar as transformações e usá-las a seu favor.

Uma recente pesquisa da Harvard Business School questionou 600 empreendedores e executivos de empresas – grandes, médias e pequenas – para saber o quanto suas organizações se sentiam preparadas para a próxima onda de ruptura digital. Apenas 23% deles se consideram “extremamente efetivos” no processo de criar novos modelos de negócios para a era digital.

Outros 33% se achavam “completamente ineficientes” quando a questão é estar preparado para as próximas rupturas. O grande problema para as empresas que não conseguem se preparar, naturalmente, é a falta de informação. Ao passo em que o acesso à internet cresce no mundo todo, um volume sem precedentes de dados é gerado. O desafio é compreender, interpretar e gerar insights a partir de tudo isso.

O segredo é investir em ferramentas de processamento, gerenciamento e organização de dados que permitam uma compreensão rápida das tendências que estão se formando naquele oceano de bits e bytes. Para identificar a próxima ruptura digital, é preciso estar atento às pequenas movimentações que indicam uma grande revolução se formando. Só assim a sua empresa será capaz de sobreviver a ela e prosperar pela próxima fase da era digital.

Felizmente, há também uma série de pesquisadores estudando como ficar à frente e “surfar na onda” da ruptura digital. A Harvard Business Review, por exemplo, publicou recentemente uma pesquisa patrocinada pela IBM sobre esse assunto. Confira o estudo completo neste link.