O Spotify tem hoje 159 milhões de usuários no mundo todo, dos quais a maioria (55,3%) aproveitam a versão grátis do serviço de música por streaming. Entretanto, a empresa mandou um recado para quem tenta piratear a versão paga.

Como reportou o TorrentFreak, algumas pessoas que usam versões modificadas do app do Spotify receberam um e-mail de alerta sobre a prática. Essas versões modificadas servem para remover as limitações do streaming grátis do aplicativo.

Quem não paga pelo Spotify só pode ouvir músicas online, em aleatório e com propagandas entre as faixas. Mas existem ferramentas que removem essas restrições e permitem aproveitar o app como se fosse a versão Premium, só que sem pagar.

No e-mail encaminhado aos usuários piratas, o Spotify diz que detectou “atividade anormal no aplicativo que você está usando”, e por isso o desabilitou. “Não se preocupe – sua conta do Spotify está a salvo”, completa o e-mail.

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A empresa então sugere que o usuário remova qualquer “versão modificada ou não autorizada” do Spotify e baixe a versão oficial. O texto, porém, termina com uma ameaça: “Se detectarmos uso repetido de apps não autorizados em violação dos nossos termos, nós reservamos todos os direitos, inclusive o de suspender ou encerrar a sua conta”.

Quem te viu, quem te vê

É curioso que o Spotify esteja ameaçando usuários piratas justo quando o mesmo TorrentFreak descobriu que a empresa, fundada em 2006 na Suécia, já foi dona de uma popular ferramenta de pirataria: o uTorrent.

O programa, feito para o download descentralizado de arquivos (P2P), tem entre seus criadores Ludvig Strigeus. Segundo informações da imprensa sueca divulgadas nesta semana, o desenvolvedor é, até hoje, um dos maiores acionistas do Spotify.

Ele foi contratado pela empresa em 2006, e levou consigo o então novíssimo programa uTorrent. Na época, o Spotify era uma startup ainda em estágio de formação e sequer tinha lançado seu serviço de streaming de músicas ainda.

A empresa BitTorrent Inc. comprou o uTorrent cerca de um anos após a criação do programa, mas diversas fontes confirmaram ao jornal sueco Breakit que o Spotify foi, durante alguns meses nesse intervalo, dono do aplicativo.

Andreas Ehn, ex-CEO do Spotify, disse que a empresa só comprou o uTorrent porque queria o talento do programador Ludvig Strigeus, criador do programa. É tanto que, após a venda do uTorrent para a BitTorrent Inc., Strigeus continuou com o Spotify.

Ele ajudou a implementar a primeira versão beta do serviço de streaming, que usava conexões P2P para distribuir as músicas, assim como o uTorrent. Além disso, sabe-se que o Spotify usou arquivos MP3 piratas em sua primeira versão beta.

Hoje, Strigeus está prestes a se tornar um milionário. O Spotify deve estrear em breve na bolsa de valores e, em mercados privados, é avaliado em torno de US$ 23 bilhões, ou R$ 91,3 bilhões em conversão direta.