Talvez a grande novidade da nova geração de iPhones é o suporte à tecnologia Dual-SIM, que, para quem não está familiar com o termo, significa que o celular agora é capaz de suportar duas linhas de telefonia móvel simultaneamente. Sim, é algo que já existe na concorrência há vários anos e que só agora foi implementado nos aparelhos da Apple, mas com uma pequena reviravolta interessante. 

Tradicionalmente, o celular dual-SIM conta utiliza dois chips de operadora para funcionar. Isso inclui ter que ficar abrindo e fechando a gavetinha para trocar o chip de tempos em tempos para alternar entre operadoras, serviços e planos. A nova família de iPhones, no entanto, não depende de abrir a gaveta de chips para adicionar um segundo número ao aparelho, no entanto, ao menos em algumas localidades. 

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Isso porque em alguns países, o iPhone terá suporte à tecnologia e-SIM, um “chip” virtual. O chip principal ainda é instalado normalmente na gavetinha, mas o secundário pode ser instalado no aparelho por meio da leitura de um QR Code, permitindo alternar entre operadoras sem precisar abrir nada no celular. Quando ambos estão instalados, não há diferença para um aparelho com dois chips normais: as duas linhas operam normalmente, com dois números telefônicos distintos ativos no mesmo smartphone. 

A questão é que a tecnologia e-SIM depende de parcerias com operadoras para funcionar. As empresas precisam adaptar seus serviços para esse novo formato, o que implica que ele pode funcionar melhor ou pior dependendo da adesão das empresas de telefonia. Isso explica o fato de que na China, por exemplo, a Apple comercializará os novos iPhones com uma gaveta para dois chips convencionais em vez do e-SIM. Nos EUA, no entanto, o chip virtual estará em vigor. 

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Agora é ver como essa situação se desenrola no Brasil, o que só deve ser esclarecido em novembro, quando historicamente a Apple lança os novos iPhones por aqui. É esperar para ver se receberemos a versão com e-SIM ou o dual-SIM convencional. 

O timing do anúncio é curioso para nós brasileiros, no entanto: o brasileiro depende cada vez menos do uso de dois chips, que historicamente é associado à economia em ligações em uma época em que se pagava mais para chamar um número vinculado a uma operadora diferente da sua. Hoje, os planos estão cada vez mais generosos com as ligações, sendo cada vez mais comuns os pacotes ilimitados e acessíveis, tornando desnecessário o uso de múltiplos chips. 

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No entanto, a Apple mira outro público com o anúncio do Dual-SIM nos novos iPhones. A empresa deixou algumas possibilidades de uso interessantes para a tecnologia: manter dois números, o que é especialmente útil para quem usa o mesmo celular para fins profissionais e pessoais e para quem quer viajar com um plano de dados local sem abrir mão do seu .