A Amazon pode enfrentar uma grande crise de credibilidade em sua loja online. Segundo denúncias, empregados da gigante de vendas estariam sendo pagos para deletar reviews negativos de produtos e fornecer informações privilegiadas a vendedores. A prática, inclusive, já estaria sendo investigada internamente pela empresa de Jeff Bezos.

De acordo com as denúncias, empregados da Amazon estariam entregando informações valiosas a vendedores do marketplace da empresa em troca de propina. Esses dados incluiriam palavras-chave de buscas, estatísticas de vendas e até mesmo os hábitos do consumidores no site. Isso poderia fazer com que as lojas tivessem vantagens na plataforma, especialmente com o número crescente de competição.

Embora haja denúncias nos Estados Unidos, o grande foco de corrupção na Amazon seria a versão chinesa da Amazon. De acordo com a publicação do The Wall Street Journal, os baixos salários pagos no país asiático estariam facilitando a prática, que viola as normas internas da empresa. A abordagem dos funcionários e o pagamento em dinheiro seria feito através do aplicativo de mensagens WeChat.

Além do fornecimento de dados privilegiados, o esquema de corrupção da Amazon envolve práticas ainda mais delicadas. Os empregados da empresa em Shenzen estariam deletando comentários negativos sobre produtos, oferecendo o e-mail pessoal dos autores das avaliações e restaurando contas banidas no marketplace. Tudo isso em troca de pagamentos que variam entre US$ 80 (R$ 330) e chegam a superar US$ 2 mil (R$ 8.270).

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Em resposta às acusações, a Amazon afirmou que possui regras bastante restritas e que implantou sistemas para auditar as informações que os empregados podem acessar. Qualquer um que desrespeite às regras, segundo a empresa, poderá ser demitido e sofrer consequências legais e criminais dos atos. A gigante prometeu ainda “tolerância zero” com vendedores envolvidos em prática de corrupção.

Desde que soube das denúncias na China, a Amazon tem feito substituições de importantes executivos no país para deter os casos de pagamento de propina. Nos últimos anos, a companhia tem batalhado contra abusos em sua plataforma, como a publicação de avaliações falsas e utilização de mecanismos para enganar os algoritmos da plataforma de vendas.