O lançamento do Razer Phone, em 2017, deu um pontapé a uma enxurrada de smartphones voltados para o público gamer. Outras fabricantes também seguiram esse caminho: a Samsung posicionou o Galaxy Note 9 para os jogadores mais aficionados, a Huawei lançou o Mate 20X e a Asus apostou no seu ROG Phone. No entanto, a Alienware, outra gigante do mercado gamer – e comprada pela fabricante de computadors Dell em 2006 – não parece interessada neste mercado.

O Olhar Digital esteve nesta quinta-feira (18/10) na sede da empresa, em Austin, nos Estados Unidos, onde conversou com o vice-presidente da Alienware, Frank Azor. Segundo o executivo, apesar de concorrentes tradicionais investirem nesse segmento, a companhia não possui planos em entrar neste mercado. Para ele, os últimos não lançamentos não agregariam valor à experiência do usuário.

“É só um truque. As empresas adicionam umas funções, mas no final são só smartphones comuns”, disse. Azor acredita ainda que as fabricantes de smartphones estão buscando atrair um público já consolidado em outras plataformas. No entanto, essa ausência de valor pode acabar danificando as marcas.

As tentativas de criar um celular voltado para games já são bastante antigas. Em 2003, a Nokia apresentou o N-Gage com botões dedicados para jogos, em uma tentativa falha de tentar atrair os jogadores de consoles portáteis. Já em 2011 foi a vez da Sony tentar, em vão, conquistar o publico do PlayStation com o Xperia Play, que trazia joysticks que podiam ser deslizados para abaixo da tela.

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Para Frank Azor, essas falhas ocorreram porque seria “impossível criar um dispositivo que seja um bom smartphone e, ao mesmo tempo, ótimos para jogos”. O executivo acredita que os smartphones possuem demandas específicas de usabilidade, câmera e conectividade, que os impedem de serem completamente repensados para atender as demandas do exigente público gamer.

Fundada em 1996, a Alienware é uma marca de periféricos, notebooks, desktops premium voltados para o público gamer. A empresa foi adquirida em 2006 pela Dell e atualmente tem negócios avaliados em US$ 3 bilhões, junto com as linhas XPS e G-Series, também voltadas para os fãs de jogos. Ao que tudo indica, a empresa não tentará se aventurar em novos mares, ao menos por enquanto.

O repórter Elson de Souza viajou à convite da Dell