Um estudo feito em parceria entre a empresa de segurança Kaspersky Lab e a consultoria de pesquisa de mercado chilena CORPA, indicou que quase ¼ dos homens brasileiros (24%) admite acessar conteúdo pornográfico no trabalho. Nesse quesito, nós ficamos atrás apenas dos peruanos (26%), mas a frente de mexicanos, argentinos (ambos com 19%), chilenos (14%) e colombianos (12%). No total, 19% do público masculino latino-americano admitem ver conteúdo adulto em seus computadores corporativos.

A prática acaba tornando usuários e empresas vulneráveis a ataques de cibercriminosos. De acordo com o estudo publicado no início de 2018, 17% dos usuários chilenos infectados por malware para celular em 2017 sofreram ataques usando temas pornográficos. Também foi visto que os trojans bancários disfarçados de players de vídeo pornô estão em segundo lugar entre os tipos mais difundidos de malware dirigido por pornografia, seguido por malware com acesso root e ransomware. O último, em muitos casos, usa táticas de scarware: um programa malicioso que bloqueia a tela e exibe uma mensagem que indica que o conteúdo ilegal foi detectado e, portanto, o dispositivo foi bloqueado. Para desbloqueá-lo, a vítima deve pagar por um resgate.

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Além de olhar por conteúdo sexual no trabalho, os homens são os que mais realizam compras online no trabalho. Em média, 42% deles o fazem, principalmente os jovens entre 25 e 34 anos. Em contrapartida, as mulheres entre 18 e 24 anos de idade são as que menos compram pela internet no horário do expediente.

E-mail é a grande porta de entrada

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A pesquisa aponta que o e-mail pessoal pode ser considerado a principal porta de entrada para invasões de PCs e smartphones nas empresas.  Cerca de 73% dos trabalhadores latino-americanos – homens e mulheres – declaram ler seu correio eletrônico no escritório e 49% afirmam que verificam e postam em suas redes sociais. Destes, 40% não vêem grandes inconvenientes e usam como justificativa o fato de passarem a maior parte do dia no trabalho.

Além disso, 25% dos latino-americanos dizem que não têm um laptop projetado exclusivamente para o trabalho e, se tivessem, 30% o conectaria a uma rede pública Wi-Fi (cafés, restaurantes e aeroportos) se estivessem fora do escritório, enquanto apenas 8% dizem que se conectariam a uma rede virtual privada (VPN).

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“As práticas negligentes de alguns colaboradores podem causar sérios danos às empresas, pois aumentam o risco de vazamento de dados corporativos confidenciais”, afirma Dmitry Bestuzhev, diretor da equipe de pesquisa e análise da Kaspersky Lab para América Latina. “O risco de infecção existe e está presente em ambos os sites adultos e aqueles que não têm nada a ver com pornografia. No caso do primeiro, os golpistas estão bem preparados para atrair usuários. No entanto, evitar que os funcionários acessem pornografia online ou aplicativos suspeitos não é uma prática efetiva. O mais importante é manter sempre os dispositivos protegidos, tanto dos próprios trabalhadores quanto de toda a organização.”

Para completar, para 30% dos entrevistados que afirmaram pertencer a uma empresa com mais de 300 funcionários, apenas 44% seguem uma política de segurança corporativa que protege o uso de celulares ou laptops corporativos. Outros 35% não são controlados por nenhuma política e 21% não sabem se sua empresa conta com alguma regra neste sentido. Destes, 29% correspondem a jovens entre 18 e 24 anos.

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“Os funcionários, sendo os usuários finais, são o elo mais fraco da cadeia na cibersegurança, já que seus maus hábitos online colocam em risco as redes corporativas e os dados confidenciais das empresas”, acrescenta Bestuzhev. “Uma investigação realizada no início do ano revelou que a negligência dos funcionários contribuiu para 46% dos incidentes de empresas em 2017, o que demonstra a importância de organizações estabelecerem políticas e normas de segurança de TI e que eles o façam de uma maneira viável para todos os colaboradores, e não apenas para aqueles que são especialistas na área”