A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA “aprovou, provisoriamente, o software de varredura e as mudanças no treinamento de pilotos para o jato 737 MAX da Boeing. A atualização permitiria aos pilotos exercer mais controle sobre o sistema automatizado — que é tido como a causa de um acidente fatal na Etiópia, na semana retrasada.

O Wall Street Journal relata relata que as melhoras no software reduzirão o Sistema de Aumento de Características de Manobra (MCAS), redesenhando-o “para não sobrecarregar outros comandos da cabine ou causar falhas de ignição motivadas por leituras erradas de um único sensor”. Além disso, o recurso poderá ser ativado apenas uma vez — com curta duração, durante o problema — e incluirá uma luz de advertência projetada para alertar os pilotos — o que antes fazia parte de um pacote opcional. A FAA aprovou provisoriamente o upgrade, mas são necessários mais testes de voo e simulações. Caso o software funcione depois das avaliações, ele será formalmente aprovado e, finalmente, as mudanças estarão liberadas para implementação já nas próximas semanas. A agência não comentou sobre as especificidades das mesmas. 

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O acidente da semana passada tem semelhanças com outro ocorrido na Indonésia, em outubro de 2018. Os investigadores acreditam que ambos foram causados pelo mesmo problema: o sistema automatizado projetado para impedir que o avião pare. A Boeing lançou o avião em 2017 como um concorrente eficiente, em termos de combustível, do Airbus A320. Sua atualização veio com algumas mudanças de design nos motores 737.  Antes, a construção da Boeing tendia a empurrar o nariz da aeronave para cima. Com o intuito de resolver isso, a companhia colocou em prática o MCAS, que traz o nariz para baixo automaticamente.

Acredita-se que esse sistema tenha derrubado os aviões na Etiópia e na Indonésia. Além disso, foram levantados questionamentos sobre como a Boeing divulgou o sistema e treinou os pilotos para usá-lo. Anteriormente, a companhia havia exaltado o fato de que o avião era muito similar ao já existente 737. Essa justificativa poupou os pilotos de passar por um extenso treinamento — aqueles feitos em iPad foram considerados “suficientes”.