Até 2022, o Brasil terá cerca de 17,7 milhões de pequenos negócios, contabilizando mais de um milhão de novos empreendimentos por ano. Os números do Sebrae também indicam que os pequenos negócios representam 98,5% dos empreendimentos no país e são responsáveis pela geração de renda de 70% dos brasileiros ocupados no setor privado.

Apesar da representatividade na economia, não pensamos em negócios menores quando falamos em Indústria 4.0 – e não poderíamos estar mais enganados. Pequenos e médios negócios apostam nas tecnologias da chamada “Quarta Revolução Industrial” para crescer e melhorar seus portfólios.

Ao todo, 38% das pequenas e médias empresas brasileiras enxergam nas tecnologias da Indústria 4.0 o caminho para oferecer melhores produtos e serviços. O dado consta no estudo “O Futuro Impulsionado pelos Dados das Indústrias Brasileiras” realizado no ano passado pela Software.org, uma fundação da BSA|The Software Alliance. Trata-se do primeiro material da fundação com foco na América Latina e também o pioneiro no âmbito da Aliança 4.0 – consórcio de entidades nacionais que trabalham para o fomento da Indústria 4.0 no país.

O levantamento traz ainda outros insights: 9% das pequenas companhias nacionais esperam a criação de melhores modelos de negócios com a digitalização e tecnologias da Indústria 4.0 e de 21% a 24% têm a perspectiva de que a transformação digital ajudará a desenvolver portfólios mais personalizados.

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Isso significa que a era da digitalização já está aqui e as empresas em todo o mundo, inclusive as menores, estão se preparando para um futuro impulsionado por dados, ferramentas analíticas e nuvem. Contudo, há desafios e questões que estão enraizados na cultura corporativa e nos valores brasileiros, que devem mudar para que essa transformação continue.

Internamente, as empresas se deparam com os altos custos da digitalização, o desafio da implementação de TI e os riscos cibernéticos. No entanto, esses obstáculos podem, sim, ser superados: os avanços da nuvem nos últimos anos, por exemplo, tornaram os preços mais acessíveis. Ela permite não apenas a implementação e integração de processos de TI, como também abre caminho para novos modelos de negócio. Sua implantação, que ainda assusta muita gente, pode e deve ser feita aos poucos e de maneira planejada e não precisa ser muito complicada.

Proteger a infraestrutura crítica e industrial de ameaças de ataques cibernéticos é essencial para que a Indústria 4.0 prospere entre pequenos e médios negócios. A boa notícia é que nossos sistemas estão cada vez mais seguros e confiáveis graças ao desenvolvimento de tecnologias de criptografia e gerenciamento de identidades de acesso.

Os fatores externos que preocupam as empresas brasileiras são a falta de trabalhadores qualificados, a identificação de parceiros tecnológicos e a infraestrutura de telecomunicações do país. Para que a Indústria 4.0 prospere, todos esses desafios devem ser enfrentados por uma corrente formada por academia, governo e setor privado. Portanto, diálogo aberto e esforço em conjunto são essenciais para que todas as necessidades sejam atendidas, abrindo caminho para a evolução dos negócios brasileiros.

Dados e pesquisas mostram que, apesar das dificuldades, os executivos brasileiros estão mais do que prontos para a digitalização. O ponto forte dos nossos tomadores de decisão, sejam eles de empresas de pequeno ou grande porte, está na sua capacidade de olhar para o futuro, ao mesmo tempo em que enfrentam os desafios do presente. Tais características são muito importantes e um diferencial do Brasil, que tem um grande potencial para redefinir sua maneira de trabalhar nos próximos anos.