A adoção de novas tecnologias no mercado de smartphones funciona como um quebra-cabeça: cada nova peça tem um valor individual e, ao mesmo tempo, traz uma nova perspectiva do todo. Essa interdependência entre as diversas partes de um dispositivo móvel faz com que inovações em uma característica muitas vezes esquecida pelo consumidor tenham grandes consequências na performance do smartphone e na experiência que ele proporciona.

A evolução das câmeras dos smartphones nos últimos anos é exemplar. O primeiro dispositivo móvel que oferecia a possibilidade de tirar fotos foi o SCH-V200, da Samsung, que, em 2000, contava com uma câmera principal que produzia, no máximo, imagens de 0,1 megapixels, sem grandes diferenciais. Em um período de menos de 20 anos, o mercado partiu disso e chegou em um estágio muito mais avançado. O Galaxy A80, que chega ao mercado em breve, conta com uma câmera rotativa com uma super-resolução de 48 megapixels. A diferença entre esses parentes nem tão distantes beira o inacreditável.

Esse avanço extraordinário, que transformou as câmeras de coadjuvantes em protagonistas em um período tão curto de tempo, seria impossível sem que a capacidade de processamento experimentasse melhorias tão ou mais significativas. Isso acontece porque com smartphones mais potentes, abre-se um universo de possibilidades para inovações em aspectos-chave, como as câmeras. É um processo que demanda grande investimento, mas que traz muitos benefícios para os usuários, que em poucos anos viram seus dispositivos móveis se tornarem verdadeiros hubs, centralizando várias atividades, do trabalho ao lazer.

Mas, como com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, a melhoria constante no desempenho nos smartphones cria o desafio para que a indústria inove constantemente para criar uma solução completa, que integre todas as tecnologias que temos à disposição atualmente de maneira a atender todas as necessidades do consumidor de uma forma intuitiva, que facilite sua vida. Para o universo das câmeras, isso significa aliar hardware e software de novas formas, lentes mais sofisticadas e inteligência artificial.

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Isso é muito mais difícil do que pode parecer à primeira vista, mas é uma questão que está sendo endereçada com grande sucesso. Ao analisar as características de câmera dos recentes smartphones de última geração apresentados ao mercado, é possível notar o nível desse êxito. O Galaxy S10+, por exemplo, alia lentes com angulação que expande o campo de visão a 123 graus (o mesmo do olho humano) a inteligência artificial para reconhecer e otimizar cores de 30 tipos de cenas mais fotografadas. O Galaxy A80 traz sensores de profundidade 3D, que usam a tecnologia ToF (time of flight) para realizar a medição de distâncias entre objetos e o smartphone com extrema precisão, o que traz vantagens como efeitos de desfoque em vídeos, soluções, serviços e aplicativos de realidade aumentada.

É lógico que esses avanços mudaram substancialmente o caráter do mercado, trazendo à tona novos hábitos dos consumidores. Inicialmente, vimos uma adesão generalizada das câmeras no dia a dia dos usuários, com foco maior em fotografias – quem aqui nunca tirou uma selfie? Agora, com câmeras mais potentes, a produção de conteúdo em vídeo tem tomado conta de nosso cotidiano. Aos poucos, entramos na Era da Live e novas soluções chegaram ao portfólio de smartphones. Atualmente, já temos as ferramentas necessárias para gravar vídeos em 4K em dispositivos que cabem em nosso bolso. E, como uma coisa leva à outra, com mais vídeos, precisamos de mais memória. Temos visto grandes avanços também nessa área e já há smartphones que, com cartão MicroSD, podem chegar até a 1,5TB de armazenamento interno. Mas isso já é assunto para outro dia.

Alguém, no longínquo ano 2000, imaginaria ao olhar para o SCH-V200 que a câmera de um dispositivo móvel seria assim?

Uma imagem da inovação

O trajeto que nos trouxe até a experiência proporcionada por smartphones de última geração, como o Galaxy S10+ ou o Galaxy A80, está repleto de inovações. Não foram poucos os avanços necessários no mercado para que o usuário tivesse em seu bolso specs de câmera profissional, capturando a realidade com grande exatidão sem que o consumidor tenha que se preocupar em realizar muitos ajustes.

Porém, não é possível entender esse caminho sem considerar o smartphone como um todo. Uma melhoria abre espaço para outra: a otimização do mercado de chips de processamento abre espaço para melhores software de câmera, que dependem, por sua vez, de melhor desempenho de bateria e por aí vai. Quem ganha com essa realidade é o consumidor, que pode ter a certeza que o mercado não para e que as inovações estão só começando.