Quando uma inteligência artificial fictícia sai do controle, isso geralmente significa que ela está funcionando exatamente como se pretendia. Peça para ela salvar a Terra e ela chegará à conclusão de que os humanos são as maiores ameaças do planeta. Nós sonhamos em criar máquinas que sejam mais inteligentes, mais éticas e mais lógicas do que nós. Então, nós tememos onde essa lógica os levará.

É esse tipo de reflexão que temos após assistir ao novo filme original da Netflix: I Am Mother. Obra de estreia do diretor australiano Grant Sputore, o longa-metragem conta a história de vínculo entre uma mãe-robô (voz de Rose Byrne) e uma criança artificialmente gestada, conhecida apenas como Daughter (“Filha”, em inglês). Ambas vivem em um bunker seguro, em um cenário pós-apocalíptico causado por um “evento misterioso de extinção”. O filme foi lançado na Netflix norte-americana nesta sexta-feira (7). Confira o trailer logo abaixo:

 

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Daughter foi treinada em engenharia avançada e habilidades médicas, bem como as complexidades da filosofia moral. Ela acredita que o mundo exterior está sem vida e devastado por doenças, graças ao comportamento autodestrutivo dos humanos – até que uma mulher ferida (Hilary Swank) aparece na cabine do bunker, implorando por ajuda. A aparição da sobrevivente faz Daughter levantar suspeitas sobre a veracidade das histórias da sua mãe-robô, dando início a um grande conflito de confiança.

De acordo com uma resenha do The Verge, a nova produção do serviço de streaming consegue lançar um tom dramático à nossa relação de amor e ódio com a inteligência artificial. Quando a informação começa a surgir, a mãe insiste que a mulher ferida não pode ser confiável e que ela tem suas próprias razões egoístas para ganhar a confiança da filha. A filha se vê obrigada a navegar pelas histórias conflitantes e seus próprios sonhos de construir uma família maior em um mundo humano.

Sputore descreveu I Am Mother como “um estudo sobre o que significa ser bom”. Para o The Verge, seu enredo depende de como a inteligência artificial pode interpretar a bondade em um mundo onde as pessoas parecem jogadas à extinção, e “os robôs ou vão nos salvar disso, ou provavelmente vão acelerar esse processo.” No filme, a personagem de Swank se choca com a fé inquestionável de Daughter na mãe, que é mais poderosa e perigosa do que ela inicialmente parece. Mas a mulher também justifica as preocupações da mãe sobre a humanidade.

O filme já está disponível na Netflix. Será que ele faz jus ao tamanho do que propõe? Como uma personagem com uma visão, condicionada da humanidade e uma mãe-robô convicta de que os humanos estão fadados à própria destruição, vai reagir ao contato com uma pessoa real pela primeira vez?

Fonte: The Verge