Várias pessoas ainda assimilam abrir uma startup com a ação de levantar a porta da garagem, chamar uma turma que entenda de programação, criar um negócio e se tornar uma das empresas unicórnios mundiais, com valor de mercado acima de U$ 1 bilhão de dólares.

Foi assim que a Apple e a Microsoft surgiram e, ainda há relatos, que algumas empresas ainda surgem de maneira parecida no Silicon Valley. Porém, aqui no Brasil o “startupismo” (termo que remete ao ato de participar/fomentar movimentos de startups), acontece de maneiras diferentes e, muitas vezes, o “startupeiro” (como são chamadas as pessoas que trabalham em startups), não possui conhecimento necessário do negócio ou, até mesmo, fundamentação da ideia, ou ainda, não tem capacidade técnica para criar algo disruptivo.

Vale a pena ressaltar que a disrupção não é um conceito obrigatório quando tratamos no termo startup, e sim a escalabilidade no modelo de negócio em um cenário de incertezas, como já é de praxe.

Novas startups surgem a todo instante, com aplicações em diversas áreas como da saúde (HealthTechs), Educação (EdTechs) e Financeira (FinTechs), seguindo a metodologia tradicional de criação de uma startup.

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Geralmente, as startups possuem uma equipe multidisciplinar, formada por desenvolvedores, engenheiros, administradores, ou apenas pessoas com espírito empreendedor dispostas a criar um negócio do zero e aprender com as experiências, podendo assim, dividir as tarefas e as demandas dentro no negócio.

Se você tem uma startup, entenda que, dificilmente, ela será construída em uma garagem. Talvez seja mais provável no seu quarto ou, mais comumente, em espaços compartilhados de baixo custo (co-workings) que estão ganhando cada vez mais espaço no Brasil e acolhendo as pequenas empresas.

Para complementar, esses são alguns apontamentos (na minha opinião) que ninguém te fala sobre criar uma startup:

 

  1. Se você não se dedicar fulltime, dificilmente seu negócio dará certo. No começo, dividir a rotina da empresa com um emprego formal, pode ser um terror para muitos empreendedores. A rotina da criação de uma startup é intensa e exige dedicação e longas horas de trabalho. Já conheci casos isolados que conseguiram levantar um negócio se dedicando poucas horas por dia ou somente aos finais de semana, mas essa rotina part-time tem tempo limitado.
  1. Os sócios devem se dedicar igualmente, e estarem focados em um objetivo em comum, para que todos possam atuar juntos e fazer a empresa crescer. Portanto, escolha bem seus parceiros de negócio.
  1. Você tem grande risco de errar o escopo do seu MVP (Minimum Viable Product) e perder tempo para lançar e validar seu produto no mercado.
  1. Valide a ideia antes de desenvolver um software, foi assim que a Easy Taxi fez, gerenciando corridas pelo telefone antes de mesmo de ter um aplicativo de celular.
  1. Planeje-se financeiramente para começar um negócio do zero. No Brasil, existem muitos custos, além da burocracia para fundar uma empresa. Você terá diversas despesas e precisará investir do próprio bolso; tenha consciência de todos os gastos, e no caso, investimentos a mão.
  1. Busque network e investimento financeiro logo após a validação da sua ideia. Não busque investidor sem um MVP validado e não espere estar faturando; se o negócio for escalável e atrativo, poderá decolar rapidamente.
  1. Considere que investimento financeiro tem um prazo. Não é fácil conseguir pessoas que apostem em você e no seu projeto, mas tenha paciência e, novamente, comece a buscar logo.
  1. Você vai ter que correr contra o tempo, pois, provavelmente alguma outra pessoa já teve a mesma ideia que você.

Por fim, não será fácil e você poderá fracassar mais de uma vez. Esse é um dos pontos chaves do “startupismo”; uma startup pode começar e acabar de repente. No Brasil, uma em cada quatro startups morre no primeiro ano de vida, e duas em cada quatro startups morrem antes de completar quatro anos. Esteja preparado para vencer, mas também esteja preparado para errar, mas além tudo, acredite em você e no que você é capaz de fazer.