A mistura entre tecnologia e vida real povoa o imaginário humano já há algumas décadas. Ela chegou efetivamente às mãos dos usuários com o desenvolvimento dos conceitos de realidade virtual e realidade aumentada. E o que eles são, afinal? 

Depois da realidade virtual, vale entender a noção de realidade aumentada. Diferentemente da realidade virtual, que quer inserir o usuário em um cenário completamente distinto do mundo real, a realidade aumentada quer mantê-lo atento ao mundo real.

A ideia é aumentar seu conhecimento imediato do mundo ao seu redor. Para isso, insere informações curtas, diretas e relevantes nele. Isso permite maior interação e aumenta as possibilidades de execução de tarefas. Assim, o usuário entra no mundo virtual para interagir com objetos limitados à sua imaginação.

Como fazer?

A origem da realidade aumentada são os códigos de barras em duas dimensões (os códigos QR). Eles surgiram quando os códigos de barras ficaram limitados para as necessidades: a necessidade de inserir mais informações levou à criação de códigos 2D para garantir o armazenamento de mais informação.

publicidade
Reprodução

A realidade aumentada é combinação de um código QR com um programa de computador. Com os códigos bidimensionais é possível projetar objetos virtuais em uma imagem do mundo real de forma a oferecer mais informações, expandir as fronteiras da interatividade, bem como possibilitar o uso de novas tecnologias e tornar as atuais mais precisas.

Para formar o objeto virtual, coloca-se o item real em frente à câmera para que o software crie, em tempo real, o objeto virtual. O dispositivo, então, exibe o objeto virtual sobreposto ao real, como se ambos fossem uma coisa só. Como o software é programado com imagens, ações ou sinais predefinidos, quando o programa os recebe, ele os interpreta e exibe a resposta.

Leia também:

Como ela funciona?

E como ela funciona? Para começar, são necessários um software, um marcador no mundo físico e o GPS. Não à toa, um bom exemplo de realidade aumentada são as etiquetas com código QR em pontos turísticos.

Com um leitor instalado em um smartphone e conexão à internet, tem-se acesso a um guia virtual, que indica locais a serem visitados (e até traça a rota para chegar a eles) e mostra história, curiosidades, opções de passeio e assim por diante. Assim, a etiqueta é o marcador no mundo físico, o leitor é o software que fornece informações ao usuário e o GPS do aparelho indica onde o usuário está no mundo físico.

Porém, a realidade aumentada do Google certamente é o recurso mais popular atualmente. Para gerar as animações em 3D, você precisa apenas utilizar a câmera de seu smartphone, não havendo necessidade de óculos especiais. Você pode dar vida a tigre, tubarão, cachorro e outros animais (como dinossauros, insetos, criaturas pré-históricas) na sala de sua casa, além de conferir personagens como Pac-Man e Hello Kitty e até mesmo atletas profissionais, como a skatista Letícia Bufoni.

Crédito: Blog do Google

Um dos maiores sucessos do uso da realidade aumentada no mundo foi o jogo Pokémon Go, lançado em 2016. O título usa o conceito para mostrar os pokémons no mapa e pela câmera do celular. Deu tão certo que, com uma semana de lançamento, já havia valorizado as ações da Nintendo em US$ 7,5 bilhões. Em menos de 5 meses, foram 100 milhões de downloads em aparelhos com Android e iOS!

Para aproveitar o conceito, a Niantic, criadora de Pokémon Go, lançou o Harry Potter: Wizards Unite. O game usa a mesma ideia, com o mapa do GPS como base, mas tem uma dinâmica bastante distinta. No entanto, o sucesso não foi semelhante.

Outro exemplo interessante foi desenvolvido pela loja de móveis Ikea em 2013: um aplicativo permitia visualizar o catálogo de produtos pela câmera. Assim, o cliente podia ter noção do tamanho real das peças em um cômodo. Em 2020, foi a vez da gigante Amazon colocar a sua ferramenta “Room Decorator” à disposição dos usuários.

Ainda no universo da decoração, a marca de tintas Coral tem um aplicativo para quem está em dúvida sobre qual cor aplicar na parede para de renovar o ambiente. Com o app Coral Visualizer, o usuário pode testar diferentes cores por meio da câmera, o que facilita a decisão.

As opções são muitas. A marca de cosméticos Shiseido tem um espelho que oferece informações sobre um produto quando ele segurado pelo cliente e até o incentiva a testá-lo. O sistema, então, fotografa o rosto do indivíduo e mostra como o item deve ser aplicado sobre a pele.

Lojas de roupas e calçados são mais uma possibilidade de uso. Nesses locais, a realidade aumentada pode exibir as peças escolhidas diretamente sobre o corpo do cliente — o que pode ajudá-lo a decidir pela compra. Da mesma forma, uma vitrine pode mostrar preços e tamanhos disponíveis dos modelos em exposição.

Na medicina, a tecnologia pode ajudar os processos em cirurgias remotas. O que quer dizer que, mesmo que esteja a quilômetros de distância do paciente, o médico pode auxiliar em um procedimento.

A Ford tem um sistema que facilita o trabalho de manutenção de automóveis nas centrais de assistência técnica. Além de oferecer acesso a sistemas interativos, permite que os técnicos entrem em contato com outros especialistas em caso de dúvidas. Ainda no segmento automobilístico, o manual do proprietário pode apresentar os recursos de um veículo.

Um livro pode permitir que as batalhas descritas sejam mostradas ao leitor. Isso vai ajudá-lo a ter uma experiência imersiva muito mais interessante. Para facilitar, a obra pode vir com óculos especiais que mostram as imagens a cada nova página.

Uma das vantagens da realidade aumentada sobre a virtual é a menor necessidade de programação, instalações e investimento, enquanto se tem maior engajamento dos usuários e resultados mais rápidos.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!