Se você adquirir um novo smartphone, há uma boa chance de que ele tenha tela OLED. Esse tipo de tecnologia é bastante usado em novos iPhones (exceto o XR), no LG G8, em aparelhos premium da Samsung e nos modelos intermediários de empresas como a Motorola. Isso porque a OLED oferece muitas vantagens em relação ao LCD, como melhor contraste, cores mais vivas e telas mais finas. Mesmo assim, há quem reclame de dor de cabeça ao utilizá-las.

A principal causa do problema é que, em alguns níveis de brilho, as telas OLED piscam — o que causa desconforto e pode levar a dores de cabeça se o usuário ficar muito tempo exposto a elas. Essas telas são compostas por pequenos ponto luminosos, os LEDs, e cada um emite luz com uma das cores primárias: vermelho, verde ou azul.

Ter muitas fontes diferentes de luz em uma tela, em vez de uma única luz de fundo que a ilumine por inteiro, significa que quando ela está com brilho total há melhor contraste. Além disso, as partes pretas de uma imagem são bem mais escuras.

Para entender melhor os benefícios dessa tecnologia, pense em como os fãs ficaram irritados com a última luta contra os caminhantes brancos em “A Longa Noite”, episódio da oitava temporada de “Game of Thrones”. A tela fica escura quase o episódio inteiro, o que dificulta ver a cena. Se fosse usada uma boa tela OLED, entretanto, o episódio ficaria bem mais visível, porque o contraste seria muito maior quando comparado a uma tela LCD.

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É justamente esse detalhe que torna os smartphones com tela OLED tão atraentes: com contraste elevado e pretos mais profundos, obtém-se uma imagem melhor e mais realista. Mesmo com esses benefícios, a tecnologia está sendo responsável por deixar alguns usuários mais sensíveis com dores de cabeça.

As telas OLED não possuem diferentes níveis de brilho. Quando alguém deseja diminuir o brilho em um telefone com OLED, a tela usa um método chamado de modulação por largura de pulso, que liga e desliga rapidamente os LEDs criar a ilusão de uma imagem mais escura.

Os telefones LCD não fazem isso. Em vez disso, eles usam um filtro que controla a quantidade de luz que pode passar pelo painel. Alguma luz, inevitavelmente, passará pelas áreas mais escuras da tela, tornando o preto mais acinzentado e deixando a imagem um tanto “lavada”. Mas também evita que a cintilação cause cansaço visual e dores de cabeça em algumas pessoas.

O Dr. Rai Maturi, oftalmologista e membro da Academia Americana de Oftalmologia, diz que a questão pode ser mais pronunciada entre os jovens do que nos velhos. Muitas pessoas mais velhas têm visão pior do que os jovens, ele diz, então, “as pessoas mais jovens podem discernir cintilação em uma frequência mais alta do que as pessoas mais velhas”. Maturi ainda afirmou que algumas pesquisas devem ser realizadas para determinar o papel que as telas piscantes de smartphones tem nas dores de cabeça de alguns usuários.

Como uma forma de diminuir isso, os usuários podem aplicar um filtro para deixar a tela mais escura, mesmo que ela esteja no brilho máximo. Nos iPhone X, XS e XR, será necessário abrir as “Configurações” e navegar até “Geral > Acessibilidade > Acomodações de Exibição > Reduzir ponto branco”. O usuário deverá reduzir o ponto branco para 95% ou abaixo e verificar se o nível de brilho do telefone está acima de 50%. Isso deve ajudar a amenizar qualquer oscilação.

No caso do Android, o sistema não possui uma opção nativa para isso, mas o usuário pode baixar um aplicativo de terceiros para que seja colocado um “filtro” escuro sobre a tela. Para que a configuração seja feita de forma correta, deve-se certificar que o brilho esteja no máximo para que os ajustes tenham resultado.

Se nenhuma dessas configurações der resultado e as dores de cabeça e incômodos continuarem, pode ser necessário procurar um especialista para que a causa e os tratamentos necessários sejam definidos.

Via: One Zero