Um estudo publicado no The Astronomical Journal defende que a Via Láctea pode estar repleta de civilizações alienígenas. A teoria sugere que a vida extraterrestre inteligente está explorando a galáxia e aproveitando o movimento dos sistemas estelares para viajar entre estrelas, e por isso não visitou a Terra nos últimos 10 milhões de anos.

O trabalho é uma possível resposta à pergunta do “Paradoxo de Fermi” sobre por que não detectamos sinais de inteligência extraterrestre. Para os autores do novo estudo, isso pode ser uma estratégia dos alienígenas.

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Segundo o cientista da computação e principal autor do estudo, Jonathan Carroll-Nellenback, as estrelas (e os planetas ao redor) orbitam a galáxia por diferentes caminhos e velocidades, e ocasionalmente se cruzam. Assim, os alienígenas poderiam estar esperando o próximo destino se aproximar deles, diz seu estudo.

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Os autores explicam as que pesquisas anteriores não foram responsáveis ​​por um fato crucial de nossa galáxia: ela se move. Assim como os planetas orbitam estrelas, os sistemas estelares orbitam o centro galáctico. Nosso sistema solar, por exemplo, orbita a galáxia a cada 230 milhões de anos.

Se as civilizações surgirem em sistemas estelares distantes dos demais (como o nosso, que fica nas marés da galáxia), eles podem tornar a viagem mais curta, aguardando até que seu caminho orbital os aproxime de um sistema estelar habitável, disse o estudo. Uma vez instalados no novo sistema, os alienígenas poderiam esperar novamente por uma distância ideal para fazer outro salto, e assim por diante.

“Se esse processo demorar um bilhão de anos, então essa é uma resposta para o paradoxo de Fermi. Os mundos habitáveis são tão raros que você precisa esperar muito para abandonar uma civilização e partir para outra”, disse Carroll-Nellenback.

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Para simular a exploração da galáxia por uma civilização, os pesquisadores se basearam nos modelos numéricos das sondas interestelares e evitaram tentar adivinhar as motivações políticas dos alienígenas – uma tendência que alguns astrônomos vêem como uma armadilha em outras soluções de paradoxos de Fermi. “Tentamos criar um modelo que envolvesse o menor número de suposições sociológicas”, disse Carroll-Nellenback.

O espaço desconhecido

Os pesquisadores também defendem que o espaço permanece praticamente inexplorado.

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Estudos já detectaram que existem há pelo menos 100 bilhões de estrelas na Via Láctea e ainda mais planetas. Além disso, outro estudo publicado no The Astronomical Journal estimou que podem existir até 10 bilhões de planetas parecidos com a Terra.

Os autores também defendem que os alienígenas podem ter passado por aqui há tanto tempo que talvez não haja mais sinais da visita. Ou eles simplesmente não querem interagir com um planeta que já tem vida. “Isso não significa que estamos sozinhos. Significa apenas que os planetas habitáveis são provavelmente raros e difíceis de alcançar”, disse Carroll-Nellenback.

Obviamente, o que realmente melhoraria a capacidade dos cientistas de estimar a probabilidade de estarmos sozinhos no universo seria mais dados sobre a velocidade ou o alcance das sondas interestelares. Uma noção melhor de quanto tempo as civilizações alienígenas hipotéticas durariam também seria útil.

Fonte: Business Insider