A China vai exibir o novo arsenal do Exército de Libertação Popular durante uma parada militar do Dia Nacional em Pequim, no dia 1º de outubro. Os equipamentos bélicos tendem a ser sofisticados e avançados. O principal deles é a tecnologia de drones – Pequim é considerada uma das cidades de maior influência na produção do objeto voador. 

O evento vai contar com cerca de 15 mil funcionários, mais de 160 aeronaves e 580 peças de novos equipamentos para destacar os avanços militares do país nos 70 anos desde a fundação da República Popular da China. Estima-se que o tempo da procissão na capital chinesa tenha duração de uma 1 hora e 20 minutos. 

O major-general Tan Min, vice-diretor executivo do Gabinete de Comando Conjunto da Parada Militar e vice-chefe de gabinete do Comando do Teatro Central do Exército de Libertação Popular (PLA), destacou em uma coletiva de imprensa a capacidade do país de inovação em pesquisa e desenvolvimento em defesa. 

As principais novidades bélicas que devem estar presentes no desfile são: 

Míssil balístico lançado por submarino JL-2 (SLBM)

Considerado a principal arma a bordo da frota chinesa de submarinos de mísseis balísticos movidos a energia nuclear da classe Jin. Quatro dos subs estão em serviço, com mais dois em construção.
Cada submarino possui capacidade para carregar 12 dos mísseis JL-2 de ogiva única. O alcance estimado é de 7.200 quilômetros, o que faz com que o avaliem como uma arma regional, e não global.
O JL-3, uma versão de maior alcance do SLBM JL-2, teria sido testado no fim de 2018 e novamente em junho deste ano, de acordo com a Jane’s Defense Weekly. O míssil permanece em desenvolvimento e é pouco provável que seja apresentado no evento.
 
 

Míssil DF-41

Segundo algumas fontes, pode ser considerado o míssel mais poderoso do mundo, o DF-41 deve ser o pilar do arsenal das Forças de Foguetes do Exército de Libertação Popular (PLARF) nos próximos anos. Em desenvolvimento desde 1997, havia a expectativa de ser anunciado em 2015 ou em 2017. Mantido em sigilo até o momento, a expectativa é de que ele esteja em exibição na parada militar. 

O Projeto de Defesa contra Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais diz que o DF-41 possui um alcance de 15 mil quilômetros, mais do que qualquer míssel disponível atualmente. O Projeto de Defesa contra Mísseis afirma que a partir do seu lançamento, da China até os Estados Unidos, são estimados 30 minutos. 

DL-17

Veículo de deslizamento hipersônico ou HGV. É lançado por meio de um foguete de mísseis padrão. Após atingir a altitude necessária, o foguete de reforço é descartado e o HGV carrega a carga útil do míssil para acertar o alvo desejado. 

Os HGVs conseguem voar rapidamente em baixas altitudes – pelo menos cinco vezes a velocidade do som, de acordo com a Aliança de Defesa de Mísseis. Eles também possuem capacidade de manobra para evitar a detecção de radares inimigos. A tecnologia é testada pela China desde 2014, com expectativa de implementação em 2020. 

Bombardeiro H-6N

É o principal modelo bombardeio de longo alcance há anos de Pequim. Imagens tiradas durante os ensaios do desfile revelaram uma possível atualização do modelo. Entre as mudanças relacionadas ao seu antecessor, o H-6K, foi observado pela Janes’s Defense Weekly uma sonda montada no nariz do H-6N para reabastecimento aéreo.

Além do H-6N, também foram vistos mísseis balísticos anti-navio DF-21, conhecidos por “uma impressionante capacidade de resistência contra grandes navios de guerra inimigos, especialmente porta-aviões”, de acordo com Joseph Trevethick.

Drone DR-8

A principal missão do DR-8, segundo relatórios, é aproximar-se de porta-aviões inimigos durante um conflito para enviar informações de direcionamento de volta aos lançadores de mísseis. São capazes também de voar até cinco vezes a velocidade do som. Analistas notaram que as imagens de satélite do que acredita ser o DR-8 se assemelham a um drone de reconhecimento supersônico D-21, pertencente aos militares dos Estados Unidos

Drone Sharp Sword

Observadores militares da China tuitaram imagens do que eles especulam ser a Sharp Sword, um drone em forma de asa de morcego projetado para uso de porta-aviões. O drone tem duas baías internas de bombas e seu design furtivo indica que foi construído para um combate exclusivamente de drones, segundo o analista Sam Roggeveen.

“O que torna a Sharp Sword diferente é que ela é furtiva, o que significa que foi construída não para cenários do tipo Afeganistão, onde o inimigo está equipado com pouco mais que rifles, mas para situações em que pode ter que fugir de sofisticadas defesas aéreas”, disse Roggeven.
A Sharp Sword foi testada pela primeira vez em 2013, e uma aparição no desfile de 1º de outubro pode sinalizar que a tecnologia está próxima da implantação. Outros países, incluindo os EUA, vêm desenvolvendo drones para usar fora de transportadoras. O MQ-25 Stingray da marinha norte-americana acaba de iniciar testes de voo, com o objetivo de ser implantado em 2024.

Drone submarino

Drones submarinos parecem ter sido avistados e algumas imagens on-line entregam o transporte de um grande torpedo em uma carroceria de um caminhão. “Mais misteriosa era a imagem de um grande veículo subaquático autônomo. Sua missão permanece desconhecida”, afirmou o Global Times.
Um relatório de 2015, da Rand Corp, mostrou que o governo de Pequim, contando com financiamento militar, montou pelo menos 15 equipes de pesquisa em universidades e institutos com o intuito de desenvolver tecnologia para veículos subaquáticos não tripulados (UUVs). Ao que tudo indica, este pode ser um dos primeiros drones submarinos da China.

Tanques 

Durante os ensaios do desfile, foram fotografados tanques de batalha do Tipo 99 e tanques leves do Tipo 15. O evento vai marcar a estreia pública do Tipo 15, enquanto o Tipo 99 vai ser apresentado com uma alteração em sua camuflagem. A informação do motivo pelo qual o esquema de camuflagem foi modificado não foi revelada. No entanto, já existem especulações a respeito de uma nova missão chinesa para suas forças terrestres. 

Fonte: CNN