De acordo a um novo estudo, cientistas conseguiram observar o comportamento de um trio de buracos negros supermassivos numa aparente fusão de galáxias.

Esse tipo de cenário, onde há três buracos negros no centro de grandes galáxias, é bastante difícil de encontrar. As teorias da evolução do universo são pautadas na ideia de que as galáxias e os buracos negros em seus centros evoluem ao se fundir. Por isso, os cientistas estão animados com a possibilidade de compreender como as galáxias podem evoluir de uma maneira mais geral.

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Ryan Pfeifle, estudante de doutorado na Universidade George Mason e autor do estudo, disse ao Gizmodo que essa observação “realmente abriria nossa compreensão de como as fusões de galáxias afetam os buracos negros e vice-versa”.

Quando um buraco negro começa a devorar matéria e emitir radiação, ele se torna um núcleo galáctico ativo. Cientistas acreditam que esse fenômeno ocorre quando duas galáxias se aproximam. Apesar da importância desse estudo para compreender sua evolução, não há muitos casos documentados de fusões de núcleos galácticos duplos – segundo um artigo do Astrophysical Journal, esse número é inferior a 30.

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Os cientistas responsáveis pelo estudo analisaram todos os dados registrados sobre os núcleos duplos. Eles estudaram informações sobre raios infravermelhos presentes na fusão das galáxias, e captados pelo telescópio espacial WISE. Em seguida, eles levantaram dados de raio-X captados pelo Observatório de raios X Chandra e pelo telescópio espacial de raios X NuSTAR. Além disso, dados ópticos do Sloan Digital Sky Survey também foram utilizados.

Imagem raio-X: NASA/CXC/George Mason Univ./R. Pfeifle et al.; Óptico: SDSS & NASA/STScI

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Uma das fontes analisadas, chamada SDSS J0849+1114, apresentava todas as evidências de que um trio de buracos negros ativos estavam no centro dessa fusão. Os cientistas chegaram a essa conclusão devido a descoberta de três fontes de raios X, uma no centro de cada uma das três galáxias. Além disso, havia uma assinatura infravermelha de um dos buracos negros que estava sugando matéria. Com essas informações combinadas, há uma forte evidência de que um trio de buracos negros supermassivos estão presentes nessa fusão de galáxias, de acordo com Pfeifle.

Além da raridade da presença de três buracos negros, observar o SDSS J0849+1114 é interessante. Sistemas como esse podem ajudar a identificar como os buracos negros se fundem. Uma vez que dois buracos negros se aproximam, os cientistas já observaram que eles perdem força devido ao atrito com as estrelas e o gás ao redor. Com isso, o tempo para que se fundam pode ser superior a idade do universo.

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A adição de um terceiro buraco negro supermassivo a um par de buracos negros pode fornecer a força necessária para que essa fusão ocorra em um tempo muito menor, e possivelmente observável pela humanidade.

Mesmo com claras evidências, Pfeifle ressalta de que não há garantia de que esses buracos negros se fundam. De qualquer forma, os cientistas agora possuem um conjunto de ferramentas para encontrar esses sistemas de buracos negros triplos e supermassivos. Com isso, Pfeifle disse que sua equipe vai continuar procurando mais exemplos desse tipo de fenômeno para desenvolver uma compreensão melhor desse acontecimento.

Via: Gizmodo