Brasil Game Show ou BGS. Para muitos fãs de games e da cultura geek, participar de um evento desses é a realização de um sonho. Cinco dias cercados por games e outros gamers, com a chance de experimentar lançamentos em primeira mão e se encontrar com os criadores de seus jogos favoritos. Mas, para um participante do evento, o cosplayer profissional Michael Giordano, 34, a festa rapidamente se transformou em um pesadelo: ele afirmou ter sido espancado e torturado por seguranças do evento.

Giordano tradicionalmente se veste de “Coringa de Heath Ledger”, e este ano foi vestido de enfermeira, em alusão à cena em que o vilão entra em um hospital para conversar com Harvey Dent.

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Reprodução

Após duas horas dentro do Expo Center Norte, local em que acontecia o evento, o cosplayer decidiu sair para retocar sua maquiagem e beber água, mas antes perguntou a um segurança se conseguiria retornar sem problemas e ouviu que sim. O problema foi que ao retornar, pouco depois, não conseguiu entrar, já que o QR Code do seu ingresso constava como usado.

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Michael tentou conversar com um dos coordenadores da Brasil Game Show, explicando a situação. Mas após uma ligação para um supervisor, ficou sabendo que realmente não poderia retornar.

Exasperado, Michael acabou xingando o segurança que lhe deu a informação errada. “Pô, que cara filha da p***! Acabou com meu rolê”. Ao ouví-lo, dois outros seguranças se aproximaram reafirmando que ele não poderia voltar ao evento. Michael, então, diz que simplesmente respondeu: “não se mete que eu tô falando com o pessoal aqui”. Na terça (15), o jovem gravou uma live no Facebook relatando o caso

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Imediatamente, o cosplayer tomou uma gravata. Se debatendo, ele teria acertado um dos seguranças, que revidou com um soco no olho esquerdo de Michael. O rapaz teria sido arrastado até uma sala, onde ficou trancado com os seguranças.

Show de horrores

Durante quase 30 minutos, ele diz ter sido espancado e torturado por 12 seguranças. Suas pernas foram queimadas com cigarros, e como consequência dos golpes, sofreu nove fraturas, entre elas uma costela quebrada que causou uma perfuração no pulmão.

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Já machucado, ele diz que os seguranças o colocaram em pé com o rosto contra a parede e deram início a uma tortura psicológica. Segundo ele, os seguranças ameaçaram estuprá-lo e, por várias vezes, ouviu ameaças de morte. 

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Michael ficou um dia e meio internado no hospital, com um dreno colocado em seu pulmão. Segundo ele, “a BGS não fez nada” para socorrê-lo. O cosplayer afirma que tem imagens dos seguranças removendo câmeras de vigilância, e que “todo mundo” que passava próximo à sala podia escutar seus gritos.

Ao procurar a organização do evento por meio do Facebook, Michael ouviu apenas que “para apurar o ocorrido deveria encaminhar o boletim de ocorrência e o relatório de entrada no hospital”.

O outro lado

Procurada pelo Olhar Digital, a Brasil Game Show respondeu que a organização está “apurando todos os fatos com a cautela que o caso exige”. E, em nota, informou:

“Desde segunda-feira, quando a BGS foi procurada pela advogada Daniela Conti, representando o senhor Michael Giordano Martins Pereira, estamos debruçados sobre o caso para, com a devida cautela, apurar e colaborar com os órgãos competentes para a elucidação dos fatos, sem julgamentos precipitados que possam comprometer os envolvidos, sejam o denunciante, os denunciados e a Brasil Game Show”.