Depois de três anos de disputas judiciais, o artista Cosmo Wenman divulgou as imagens em 3D do busto da rainha Nefertiti, do Egito. O busto é de responsabilidade do Museu Neues, na Alemanha, que se recusa a devolver a peça de 3,4 mil anos ao seu país de origem.

Wenman fez parte de um projeto de reconstituição em computador das principais peças do acervo histórico mundial, com o intuito de divulgá-las ao público. Com o trabalho, muitas pessoas passam a ter a chance de conhecer detalhes pouco perceptíveis no busto, como a maquiagem ou o talismã da rainha.

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Os resultados dessas imagens digitais permitem conhecer mais a fisionomia da esposa do faraó Akhenaton, que viveu entre 1370 e 1336 aC, no Antigo Egito. O busto original tenta reproduzir toda a beleza de Nefertiti. As novas descobertas no semblante da rainha foram guardadas pelo museu, mas a instituição cedeu às pressões do artista e entregou um dispositivo USB com o material não publicado.

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Wenman passou a aplicar a técnica de digitalização 3D em 2016 com a peça egípcia. Nesse ano, ele iniciou uma campanha para acessar os arquivos resultantes desse processo e aprender mais detalhes sobre o busto e a rainha Nefertiti.

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A peça foi esculpida em 1340 aC, pelo escultor da corte de Thutmos. Os arqueólogos encontraram o busto em 1912, na população egípcia de Amarna. Desde 1920, a imagem de calcário faz parte da coleção do Museu Egípcio de Berlim.

Para recuperar suas imagens, Wenman recorreu às leis de liberdade de informação da Alemanha, que dão aos cidadãos o direito de obter cópias de reproduções oficiais. Antes do processo ser aberto, contudo, a Fundação do Patrimônio da Prússia havia negado o pedido. Na época, a entidade argumentou que isso poderia afetar as vendas de réplicas do busto em sua loja de recordações.

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No entanto, após a vitória de Wenman na justiça, as imagens poderão ser adotadas e transformadas para fins não comerciais, desde que concedendo os créditos originais. Isso é possível porque o museu praticamente imprimiu uma licença da Creative Commons (onde as imagens foram liberadas) no modelo 3D.

Tem sido uma tendência dos museus fazerem varreduras tridimensionais de peças importantes. Assim, elas passam a ser facilmente manipuláveis sem nenhum tipo de risco ao objeto original.

Via: FayerWayer