David Calhoun terá uma grande lista de tarefas para resolver quando assumir o cargo de CEO da Boeing no próximo mês, como demonstrado por imagens de satélite, começando com a aprovação dos reguladores de aviação para alterações no controle de voo do 737 MAX, para permitir que o avião mais vendido da empresa volte ao serviço. Depois disso, a companhia enfrentará a difícil tarefa de modernizar cerca de 400 aeronaves que produziu desde março, quando o 737 MAX foi aterrado devido a dois acidentes fatais. Além disso, terá de reverter as medidas tomadas para preservar os aviões enquanto estavam ociosos.

Em seguida, há a responsabilidade da Boing em auxiliar na restauração de mais de 387 aeronaves, as quais já se encontravam em serviço com clientes da empresa. A dimensão do que está por vir foi reforçada por fotos de satélite do Planet Labs de locais onde a empresa está armazenando suas aeronaves não entregues.

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A Boeing está organizando a maior parte de seus aviões em sua instalação de testes em Moses Lake, perto de Seattle, como vista na imagem de 8 de dezembro. Lá estavam estacionadas 249 aeronaves, poucas dezenas abaixo do limite suportado pelo aeródromo. A maioria está no canto sudoeste da foto, onde a Boeing começou a estacionar aviões em outubro. É um aumento acentuado em relação ao mês de julho, quando havia apenas 40 aeronaves.

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Moses Lake fica a um curto voo do centro de entregas em Boeing Field e do complexo fabril da empresa em Everett, Washington, locais onde se espera que sejam realizadas a maior parte da retomada ao serviço.

A empresa armazena cerca de 60 aviões no Boeing Field ao menos desde julho, com alguns 737 MAX ocupando inclusive as vagas do estacionamento de funcionários.

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O centro de manutenção da Boeing em San Antonio, que também prepara as aeronaves para retornar ao serviço, está hospedando 74 aviões, número pouco alterado desde julho, mas a empresa mudou-se para uma seção norte de Kelly Field, longe de suas instalações.

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Cerca de 19 aviões estavam fora de seus hangares no extremo sul da antiga base militar em 15 de dezembro. As aeronaves de San Antonio e Boeing Field serão as primeiras a serem entregues.

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Além de atualizar o software de controle de voo das aeronaves, a tarefa da Boeing fica mais complexa ao passar dos anos. Quanto mais tempo um avião estiver estacionado, maior será a necessidade de uma restauração às condições de voo.

A Southwest Airlines disse no início deste ano que espera levar 120 horas de trabalho em cada um de seus 34 aviões 737 MAX aterrados para prepará-los para voar novamente, e de 30 a 60 dias para toda a frota da companhia aérea.

Para concluir o trabalho, a Boeing poderá atrair, ao menos inicialmente, 12 mil funcionários da fábrica do 737 em Renton, que ficará inativa no início de janeiro. Acredita-se que a Boeing não deve reiniciar a produção até dois meses após o retorno global ao serviço.

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No entanto, os problemas não acabam por aí. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) decidiu que irá inspecionar e certificar todos os aviões da Boeing que estão saindo de armazenamento antes de serem entregues, uma tarefa antes delegada à própria empresa. Isso pode atrasar o processo.

As companhias aéreas também podem não ter a capacidade de inspecionar e receber rapidamente grandes quantidades de aeronaves 737 MAX. A Southwest Airlines esperava a entrega de 41 aviões até o final deste ano, enquanto a American Airlines, 16.

Pode levar 15 meses para a Boeing limpar todas as aeronaves armazenadas, período no qual também terá de integrar novos aviões no fluxo de entrega, assim que a fábrica de Renton retomar a produção.

Contudo, o começo do processo depende da FAA. O administrador do órgão, Stephen Dickson, acabou com as esperanças da Boeing de que o regulador pudesse terminar suas avaliações de revisões no sistema de controle de voo e nas propostas de mudança de treinamentos antes do final do ano. Segundo ele, faltavam quase uma dúzia de marcos a serem cumpridos. Entretanto, alguns observadores acham que uma decisão pode surgir no final de fevereiro ou início de março.

Via: Forbes