Quando a filha de Brian McCarthy abriu um pacote da Amazon com a avó, em dezembro, ela descobriu uma mini máquina de waffles da marca Babycakes que deveria ser seu presente de Natal. No entanto, ao abrir o pacote, em vez de encontrar uma máquina nova, ela deu de cara com um aparelho sujo, usado e com aparência áspera. Veja aqui o tweet de Brian com a imagem da máquina asquerosa.

A Amazon vendeu o item diretamente por meio do serviço Prime, como indica uma captura de tela do pedido. O produto não foi anunciado como usado ou recondicionado, de acordo com a mesma imagem, e também não é de responsabilidade de um comerciante terceiro, que utiliza a plataforma da Amazon para vender seus produtos.

A gigante do comércio eletrônico afirmou à reportagem da Recode que está investigando o incidente e não especula sobre os possíveis motivos da falha. De qualquer forma, o caso da máquina usada serve como um lembrete de que os clientes não podem estar muito seguros sobre as origens e a autenticidade dos produtos que compram no site, mesmo quando a Amazon é a responsável direta pelo material. Isso é notável, considerando que a Amazon responde por quase 40% das vendas de varejo online nos EUA, segundo o eMarketer.

As análises de clientes da Amazon que adquiriram a mesma máquina de waffles da Babycakes incluem pelo menos dois casos com indicações de que o produto estava usado. “Ele veio com manchas e marcas como se alguém já tivesse usado antes”, escreveu um usuário. Quanto a McCarthy, ele diz que sua família devolveu o item à Amazon e pretende comprar um novo… em outra loja.

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O “livre comércio”

A facilidade com que os consumidores da Amazon podem adquirir tudo – falsificações, produtos proibidos e inseguros, até itens que haviam sido jogados no lixo anteriormente – não é assunto novo. Na maioria desses casos, as mercadorias em questão eram de vendedores terceiros, que representam quase 60% de todos os produtos vendidos hoje na Amazon.

O Wall Street Journal relatou, no mês passado, que alguns vendedores de mercado anunciam produtos, retirados do lixo, na plataforma. A Amazon informou ao jornal norte-americano que esta mercadoria é um “incidente isolado”, mas posteriormente atualizou suas políticas de uso para proibir explicitamente a venda de mercadorias “destinadas à destruição ou descarte”.

No caso da máquina de waffle velha e dura, a Amazon parece ser responsável pela venda do item. Joe Kaziukenas, CEO da empresa de pesquisa de e-commerce Marketplace Pulse, disse que o cenário provável é que um cliente retornou o item para a Amazon e, em seguida, um funcionário o marcou como novo e o inseriu de volta no estoque da empresa.

Fonte: Vox