O protocolo IEEE 802, que padroniza a conectividade sem fio, está explorando novas possibilidades para o próximo padrão do Wi-Fi, o 802.11be – ou Wi-Fi 7. Além da principal intenção, que é de obter alta taxa de transferência para que diversas pessoas possam trocar dados em alta velocidade quando conectadas na mesma rede, há indícios de que a tecnologia será capaz de detectar o movimento dos usuários no ambiente sem a necessidade de quaisquer sensores.

Ainda nos anos 90, o IEEE, Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, começou a desenvolver a conectividade sem fio. Desde então, o protocolo 802 evoluiu e se tornou o que é hoje. No caso, o Wi-Fi 6, anunciado pela Wi-Fi.org em 2019.

Agora, segundo Paul Nikolich, presidente do IEEE 802, a tecnologia deve atingir outro nível. “[Queremos] detectar o movimento das pessoas de quando elas se deslocam de uma sala para outra sem ter nenhum sensor nelas. A tecnologia também é sensível o suficiente para detectar sua frequência respiratória, porque, ao respirar, você altera as características de radiofrequência e de canal”, explicou Nikolich.

Além desses recursos, o Instituto procura aprimorar a segurança e a privacidade do padrão. apesar da segurança ser parte integrante das especificações 802.11, o grupo não está definido no aspecto de privacidade. Para isso, foi alocado um comitê especial para explorar as possibilidades de delinear a privacidade nas especificações.

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“Imagine algumas das aplicações disso. Tenho uma mãe de 93 anos e, se eu colocar um ponto de acesso Wi-Fi (com essas capacidades) em sua casa, poderei dizer se ela está se comportando normalmente ou se caiu”, completou o presidente do IEEE 802.

Para tornar realidade, o IEEE e a Wi-Fi.org trabalham juntos para criar uma estrutura que viabilize a tecnologia para os consumidores finais. Enquanto o IEEE cria as especificações, a Wi-Fi.org cuida do marketing e dos testes de certificação para dispositivos compatíveis.

De acordo com Nikolich, o projeto de desenvolvimento Wi-Fi 7 continuará por, pelo menos, quatro anos. Ainda assim, já é interessante saber até onde uma tecnologia como essa pode chegar.

 

Via: The Next Web