Embora cientistas já tenham sequenciado o genoma do novo coronavírus e até mesmo cultivado o organismo em laboratório, o desenvolvimento completo de uma vacina contra a Covid-19 ainda deve demorar pelo menos um ano, segundo estimativa feita por Anthony Fauci, chefe dos Institutos Nacionais de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA. 

Na semana passada, em uma reunião entre empresas de biotecnologia e o governo dos Estados Unidos, a CEO da Moderna Pharmaceuticals, Stéphane Bancel, disse ao presidente Donald Trump que sua companhia já entregou uma possível vacina para testes do Departamento de Saúde do país.

A notícia animou o chefe do executivo. No entanto, questionada por outros participantes, Bacel ponderou que o composto estará disponível no mínimo daqui um ano ou um ano e meio – isso se a vacina for aprovada.

Afinal, antes que seja aplicado em pacientes, o produto desenvolvido precisa passar por experiências rigorosas que comprovem se a substância é eficaz e não oferece riscos à saúde humana.

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De acordo com o site Technology Review, só os testes de segurança duram três meses. Posteriormente, a vacina é aplicada em centenas ou milhares de pessoas em regiões afetadas pela epidemia a fim de observar se elas serão imunizadas. Isso geralmente leva um ano, independentemente da tecnologia de vacina utilizada.

Vacinas Gênicas

A Moderna desenvolve vacinas gênicas, também conhecidas como mRNA. Para produzí-las, primeiramente os pesquisadores analisam os componentes do vírus e desenvolvem um instrução genética para bloquear sua ação. Em seguida, injetam a solução em uma nanopartícula, que depois é introduzida em uma pessoa.

No caso do novo coronavírus, a empresa adicionou instruções genéticas para bloquear a proteína espinhosa usada pelo vírus para infectar e invadir células humanas. Dessa forma, o corpo do paciente poderia ser imunizado.

Já as vacinas “convencionais” carregam exemplares de vírus atenuados, que ao serem administrados no corpo humano induzem a produção de anticorpos contra a doença.

Entretanto, o que faz da vacina gênica tão promissora é sua velocidade de desenvolvimento. A companhia Moderna demorou 42 dias para criar a candidata à vacina do coronavírus. Basicamente, ela precisou apenas adaptar o processo de manufatura com o código genético (RNA) do vírus causador da Covid-19.

A tecnologia, no entanto, ainda precisa ser validada. Até hoje nenhum produto recebeu licença para ser comercializado nos Estados Unidos. A Moderna chegou a realizar experimentos de potenciais vacinas gênicas, incluindo uma solução contra a gripe. Porém a vacina falhou em atender as expectativas de imunização.

Fonte: Technology Review