Quatro meses após sua descoberta, a origem do coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 ainda é um mistério. Sabemos que ele tem origem natural e que provavelmente surgiu em algum animal antes de “pular” para os humanos. Mas embora haja suspeitos, como morcegos e pangolins, o hospedeiro do vírus ainda é desconhecido.

O Sars-CoV-2 (nome científico do vírus) é membro da família dos betacoronavírus, e bastante similar ao Sars-CoV, que causou uma epidemia de Sars (Severe Acute Respiratory Syndrome – Síndrome Respiratória Aguda Severa) que em 2002 infectou 8.098 pessoas em 29 países e causou 774 mortes. Seu hospedeiro são morcegos do gênero Rhinolophus, que vivem em cavernas na China.

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Estes morcegos são reservatórios de outros tipos de betacoronavírus, como um chamado RaTG13, que tem sequência genética 96% similar à do Sars-CoV-2. Entretanto, em uma região específica da proteína S, responsável por fazer o vírus se conectar às células humanas, a semelhança genética é de apenas 77%, o que o torna incapaz de entrar em nosso organismo.

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Outro possível hospedeiro são pangolins, mamíferos que lembram tamanduás com escamas. Um betacoronavírus que infecta estes animais tem 90% de similaridade com o Sars-CoV-2, o que indica que ele não é o responsável pela Covid-19. Mas na proteína S ele tem 99% de similaridade, o que permite que ele entre em células humanas.

Isso sugere que o Sars-CoV-2 pode ser uma “quimera”, um híbrido de dois vírus diferentes que em algum momento infectaram um mesmo organismo. Este mecanismo de recombinação viral já foi descrito anteriormente para explicar a origem da Sars-CoV, e poderia resultar em um novo microorganismo capaz de infectar uma nova espécie.

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Apesar da hipótese, ainda há muitas dúvidas sobre a origem do Sars-CoV-2, como em qual animal essa mistura ocorreu, quando e sob quais condições. Mais pesquisas serão necessárias para encontrar as respostas.

Fonte: The Conversation

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