Medidas de supressão do contágio do novo coronavírus no Brasil podem salvar mais de 1 milhão de vidas no país, aponta estudo publicado nesta sexta-feira (27) pela universidade britânica Imperial College.

De acordo com informações do UOL, a instituição de ensino calculou 14 possíveis cenários de enfrentamento da pandemia a partir de três diferentes tipos de isolamento: nenhum, apenas idosos ou três terços da população. Os cálculos ainda consideram quatro possíveis taxas de contágio, entre 2,4 a 3,3 transmissões por paciente infectado.

As diferenças no número de mortos e casos confirmados, entre o cenário mais otimista e o cenário mais pessimista, correspondem a 1,05 milhão e 187 milhões, respectivamente.

O primeiro caso retrata uma situação em que 75% da população é submetida à quarentena e todos os pacientes com suspeita do novo coronavírus são testados. Dessa forma, ocorreria um achatamento da curva de infectados – ou seja, o contágio da população seria mais lento, o que evitaria picos de demanda no sistema de saúde.

publicidade

Mesmo assim, os cálculos indicam que cerca de 250 mil pessoas passariam por hospitais e no pico da epidemia haveria uma demanda por 72 mil leitos. O número de mortes, no entanto, não superaria 44,3 mil. Já em um cenário de quarentena restrita apenas para idosos, a quantidade de óbitos estimados variam entre de 322 mil e 530 mil, de acordo com a taxa de transmissão considerada. 

A projeção mais crítica, por sua vez, supõe a ausência total de isolamento e a não ampliação dos testes clínicos para a doença. Se isso acontecer, as estimativas apontam para mais de 188 milhões de contaminados e 1,1 milhão de mortos em decorrência do coronavírus. Além disso, 6,2 milhões de pacientes passariam pelo hospital.

No estudo, a Imperial College destaca que “a rápida adoção de medidas comprovadas de saúde pública, incluindo testes, isolamento de casos e maior distanciamento social” são medidas fundamentais de contenção dos efeitos da pandemia. Segundo Dr. Patrick Walker, um dos autores do relatório, adotar políticas de confinamento implica a cada país decidir pelo cenário que pretende enfrentar.

“Nossas descobertas sugerem que todos os países enfrentam uma escolha entre medidas intensivas e caras para suprimir a transmissão ou arriscar que os sistemas de saúde se tornem rapidamente sobrecarregados”, diz.