Nesta edição do Laboratório Digital vamos avaliar os principais serviços para videoconferências, tanto de uso pessoal quanto corporativo. Eles ficaram em alta em razão do surto do coronavírus no país. Para saber quem oferece a melhor solução, comparamos o Skype e o Hangouts para uso pessoal e o Microsoft Teams e o Zoom para uso corporativo.

Todos os serviços avaliados neste Laboratório Digital têm versões para computador e para celular, mas existe uma pequena diferença entre eles. O Skype e o Microsoft Teams podem ser instalados no computador ou executados diretamente do navegador. Já o Zoom tem algumas integrações com o navegador e até com o Teams, mas as chamadas de vídeo e seus principais recursos dependem do aplicativo da ferramenta. O Google Hangouts, por sua vez, apesar de ser instalado no PC, funciona como complemento do Chrome.

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Todos eles têm versões para celular, que são executadas de forma independente e estão disponíveis nas lojas Android e iOS. Assim, quem ganha o primeiro quesito do Laboratório Digital são o Skype e o Microsoft Teams, pois ambos oferecem mais opções aos usuários.

Para uso pessoal, tanto o Skype quanto o Hangouts não colocam limitações nem bloqueiam recursos. Então, são bem úteis para quem quer fazer uma pequena videoconferência com amigos e familiares. Seus planos pagos são destinados a quem deseja usá-los em uma empresa.

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Já nos produtos para uso corporativo, há uma diferença grande nos recursos. A versão gratuita do Microsoft Teams não permite a gravação de tela nem o agendamento de reuniões, além de limitar o tamanho de arquivos que podem ser enviados na chamada. Já na versão paga, o serviço permite que até 250 pessoas participem de uma reunião e não limita os demais recursos das chamadas. Seus planos, em grande parte, incluem recursos que vão além das videoconferências, como domínio de e-mails personalizado, hospedagem de arquivos na nuvem, intranet e a suíte Office. Ou seja, optar por um plano pago no Teams não aumenta os recursos para videoconferência. O Zoom, por sua vez, é um pouco mais generoso na sua versão gratuita e não limita os principais recursos para chamadas de vídeo. Ele permite, por exemplo, fazer uma gravação local, “pedir para levantar a mão” de forma virtual e acessar as demais funções. O contra dessa versão gratuita é que as chamadas com duas ou mais pessoas podem durar no máximo 40 minutos. Nos planos pagos, esse limite de tempo é deixado de lado e ainda há recursos extras, como gravar as reuniões na nuvem, e até obter relatórios e transcrições.

Neste quesito, há um empate nas opções destinadas a uso pessoal, uma vez que nenhum dos dois programas oferece licença para uso pessoal nem tem grandes limitações. Já das soluções para uso corporativo, o Zoom é quem leva vantagem, pois oferece mais recursos para quem quer uma ferramenta gratuita e recursos exclusivos para as chamadas nos planos pagos.

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Na interface, os programas para uso pessoal, o Skype e o Hangouts, têm visual parecido. Na parte esquerda da tela ficam os contatos e, na direita, ficam as chamadas ou conversas. Mesmo assim, o Skype ganha por deixar mais claro o que tem cada menu e ter com atalhos e ícones para as principais funções, como a que permite iniciar uma reunião rapidamente no computador. O Hangouts, por sua vez, tem uma interface bem simples e sem praticamente nenhum atalho ou função que seja de fato interessante. Já no celular, isso se inverte. Quem ganha é o Hangouts, que acerta ao optar por uma interface limpa, algo importante em um aplicativo móvel. O Skype tem muitas funções desnecessárias e até propagandas, o que é bem chato. Assim, no quesito interface, há um empate nos apps para uso pessoal, já que cada programa se saiu melhor em uma plataforma.

Nas opções corporativas, o visual do Microsoft Teams é bem parecido com o do Skype. A diferença é que ele é adaptado ao público a que se destina: tem atalhos para as equipes e serviços integrados. Assim, na parte esquerda da tela estão os contatos, a agenda, os arquivos e demais itens importantes para o dia a dia. Apesar disso, a divisão é um tanto confusa. Já o Zoom tem poucos botões e deixa claro que seu foco é a realização de chamadas em vídeo e reuniões, pois tem atalhos específicos para isso. Além disso, a interface é bem mais intuitiva do que a do Teams para chamadas. Isso é muito importante, já que ao vivo não se pode perder tempo. Seu maior ponto negativo é o idioma: está em inglês no computador, diferentemente do que ocorre no site e no app, que estão traduzidos para o português. Quando o assunto são os serviços disponíveis no celular, o Microsoft Teams é confuso e separado por guias, assim como no computador. O Zoom no celular também é separado por guias, mas os ícones utilizados e os atalhos dispostos na interface são bem trabalhados e fazem que as principais tarefas para videoconferência sejam realizadas sem complicações. Assim, a vitória vai para o Zoom, que tem uma interface simples e bem intuitiva.

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Para o teste de qualidade das videoconferências, fizemos chamadas com até três pessoas usando conexões Wi-Fi de 5 gigahertz e 4G. Assim, foi possível testar diferentes cenários. Nas opções de uso pessoal, o Skype apresentou qualidade impressionante de imagem e som: tudo ocorria de forma fluida e sem engasgos tanto no Wi-Fi quanto no 4G. Nos recursos extras durante as chamadas, as funções mais interessantes são a possibilidade de desfocar a imagem de fundo, a opção de acionar o suporte a legendas e a gravação da chamada. Aqui, vale lembrar, todos os participantes são avisados de que estão sendo gravados. Já o Hangouts teve um resultado bem diferente. Apesar de manter uma boa qualidade de videoconferência, havia atraso e falta de sincronia entre o som e a imagem no Wi-Fi. Quando utilizado no 4G, incrivelmente a situação melhorou, mas a qualidade ainda ficou inferior quando comparada à do Skype. Já nos recursos das chamadas, mais uma vez o Hangouts ficou atrás: a única função extra oferecida pelo programa é o compartilhamento de tela, recurso também presente no Skype. Nesse quesito, então, vitória incontestável do Skype.

Nos programas de uso corporativo, o Microsoft Teams tem ótima qualidade de vídeo e áudio sem falhas. Em termos de recursos, ele tem uma ferramenta de anotações, o Freehand, para a organização de projetos e uma solução sólida de compartilhamento de tela. Outro destaque da ferramentea é a integração com arquivos do PowerPoint que permite fazer uma apresentação de slides de forma bem cômoda. A única crítica é o fato de ele ser um tanto pesado e de algumas de suas ferramentas demorarem para abrir. Já o Zoom tem alguns extras bem interessantes. Nele, a partir do computador, pode-se compartilhar uma janela específica ou parte da tela, além de poder mostrar a tela do celular. Além disso, também é possível usar uma segunda câmera e fazer o upload de arquivos de outros serviços da nuvem sem ter de baixá-los. Outro recurso útil da ferramenta é a função para convidar participantes com um link, sem ter de pesquisar o e-mail ou tê-los na equipe do Teams. Em relação à qualidade da chamada, o Zoom não deve nada ao Teams e apresenta imagens limpas e áudios sem atraso. Então, vitória para a solução Zoom.

Para quem quer fazer chamadas em vídeo com amigos e familiares, a melhor solução é o Skype tanto no computador quanto no celular. Embora sua interface móvel não seja das melhores, nos recursos extras e na qualidade das chamadas, ele é bem superior ao concorrente, o Hangouts.

Já no uso corporativo, para quem procura apenas videoconferências, o Zoom é a solução ideal. Afinal, tem recursos exclusivos para chamadas em vídeo, facilidade de uso e boa qualidade. O Microsoft Teams, apesar de não ficar muito atrás nas chamadas, ainda precisa aprimorar algumas de suas ferramentas.