De acordo com um estudo recente da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, a asma pode, ao contrário do que se imaginava, oferecer proteção aos pacientes contra o estado grave da Covid-19. O resultado mostra como os cientistas ainda tem muito a descobrir sobre a nova doença.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, por exemplo, aponta a asma grave como uma das condições médicas subjacentes ao maior risco de complicações pela Covid-19. “Isso surpreendeu a todos nós na pesquisa sobre asma”, disse Daniel Jackson, principal autor do novo estudo, publicado na revista científica The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

Contudo, a conclusão do CDC não coincide com as primeiras pesquisas da China, as quais indicam que os pacientes infectados com coronavírus não pareciam incluir uma alta proporção de asmáticos.

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Infecções respiratórias

A título de comparação, pessoas acometidas por outras infecções respiratórias, como H1N1, rinovírus e parainfluenza, colocam os pacientes com asma como 30% dos afetados em estado grave. Enquanto isso, a China descobriu que apenas cerca de 9% dos doentes por coronavírus tem asma – taxa semelhante à proporção geral de asmáticos no mundo.

No estudo, Jackson e sua equipe se concentraram nos níveis de ACE2, uma enzima que trabalha no corpo humano para regular a pressão sanguínea, usada pelo coronavírus para adentrar as células humanas. Por isso, doenças como hipertensão e obesidade são acompanhadas pelo alto nível de ACE2 e, consequentemente, pelo aumento da gravidade da Covid-19.

No caso de três diferentes grupos de pessoas – crianças com níveis mais altos de alergia e asma, adultos com alergia e adultos com asma leve – a situação se inverte: ao usar cotonetes nas vias aéreas e inferiores dos pacientes, a equipe descobriu níveis reduzidos de ACE2, condição que deixa o coronavírus com menos oportunidades de se estabelecer.

Jackson, porém, enfatizou que provavelmente existem outras condições além dos níveis de ACE2 para influenciar a resposta de pacientes à Covid-19 e que fatores de risco devem ser redefinidos.

Via: Milwaukee Journal Sentinel