Um micróbio que pode ser utilizado como bloqueador da transmissão da malária foi identificado por pesquisadores, de acordo com um estudo publicado na Nature. Mosquitos portadores de Microsporidia MB estudados pela equipe não abrigavam parasitas da malária na natureza ou em infecções experimentais no laboratório.

A descoberta tem potencial para representar um controle para a doença, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde mata cerca de 400 mil pessoas por ano, especialmente na África. O estudo, liderado por pesquisadores do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos da Universidade de Glasgow (Escócia), foi conduzido entre populações selvagens de mosquitos Anopheles no Quênia.

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A pesquisa ainda observou que o Microsporidia MB é transmitido de um mosquito fêmea para sua prole a altas taxas, e não mata nem causa danos óbvios ao hospedeiro. O micróbio vive no intestino e nos órgãos genitais dos insetos. No estudo, os cientistas reportam que não conseguiram encontrar um único mosquito carregando o Microsporidia MB que estivesse também abrigando o parasita da malária. Experimentos complementares feitos em laboratório confirmaram que o micróbio protegia os mosquitos.

Microsporidia MB

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Microsporidia MB (University of Glascow/Reprodução)

“Insetos saudáveis ​​geralmente têm simbiontes microbianos dentro de seus corpos. Esses simbiontes podem ter efeitos importantes na biologia de seus hospedeiros, e nossa equipe está tentando aprender mais sobre esse tipo de micróbio”, afirma o autor do estudo, o pesquisador Jeremy Herren.

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Embora seja encontrado naturalmente em níveis relativamente baixos em populações de mosquitos da malária no Quênia (cerca de 5%), os pesquisadores estudam se é possível liberar mosquitos infectados na natureza ou usar esporos para suprimir a doença. No mínimo, 40% dos mosquitos de uma região precisam ser infectados com Microsporidia MB para causar um impacto significativo na malária.

Via: BBC

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