O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) anunciou nesta sexta-feira (8) que vai disponibilizar gratuitamente o acesso a recursos do supercomputador Santos Dumont para pesquisadores e cientistas envolvidos em estudos relacionados à pandemia do novo coronavírus.

Localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o Santos Dumont se configura entre os 200 supercomputadores mais potentes do mundo. Após passar por atualizações em dezembro de 2019, o equipamento adquiriu uma capacidade de processamento de aproximadamente 5,1 petaflops. Em outras palavras, ele opera até 5,1 quatrilhões de cálculos por segundo.

O máquina auxilia, atualmente, cerca de 150 projetos de pesquisas, incluindo estudos sobre a exploração de petróleo e gás, carvão mineral, energias renováveis e fenômenos climáticos. Na área da saúde, o sistema apoia pesquisas sobre os vírus da Zika, HIV e Dengue, assim como investigações relacionadas ao novo coronavírus. Em 2017, o Santos Dumont quase foi desativado devido a cortes de verba.

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Supercomputador Santos Dumont. Foto: Reprodução

A iniciativa do LNCC oferece aos cientistas a oportunidade de usar a capacidade de processamento paralelizado (GPU) do supercomputador por meio do software Parabricks, desenvolvido pela NVIDIA. Segundo o laboratório, o sistema pode reduzir o tempo de análise de um genoma humano (estrutura de informações hereditárias codificadas no DNA de um organismo) inteiro de dois dias para menos de uma hora. “O supercomputador Santos Dumont será utilizado para o processamento de exomas e genoma humanos e genomas da Covid-19. Com o pacote NVIDIA Parabricks Genome Analisys Toolkit (GATK), buscaremos variantes nas amostras de DNA de paciente e do vírus, para entendermos o comportamento da doença em diferentes indivíduos para dar suporte a estratégias de como enfrentar a pandemia”, explica Luiz Gonzaga, tecnologista do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica.

A instituição afirma ainda que o Santos Dumont pode ter um impacto “extraordinário” no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. Os interessados em utilizar as ferramentas para pesquisas relacionadas ao novo coronavírus devem preencher um formulário com detalhes do projeto e enviá-lo pelo site do LNCC.

Supercomputadores contra a Covid-19

O Santos Dumont não é o único supercomputador disponível a cientistas e pesquisadores no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O Summit, o supercomputador mais potente do mundo, localizado nos EUA, ajuda estudiosos a investigarem como átomos e partículas virais interagem com diferentes medicamentos. A máquina possui um poder de processamento de 200 Petaflops, ou seja, 40 vezes superior à capacidade do Santos Dumont.

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Supercomputador Summit, instalado no Oak Ridge National Laboratory (ORNL). Foto: OLCF/ORNL

Além disso, em março, um dos supercomputadores da Nasa, dedicado normalmente a executar modelos climáticos para prever o clima futuro da Terra, também foi colocado à disposição de pesquisadores na busca por tratamentos e vacinas.