O designer-chefe do programa espacial da China, Zhou Jianping, afirmou em conferência na terça-feira (26) que o país pretende realizar o lançamento do primeiro módulo da futura estação espacial chinesa no início de 2021. O equipamento será transportado a bordo de um foguete Long March 5B, que vai decolar do centro de operações espaciais de Wenchang, no sul do país.

Na sequência, estão previstos os lançamentos de dois módulos experimentais. A primeira missão corresponde a uma viagem tripulada a bordo da espaçonave Shenzhou. O veículo vai partir de uma base de Jiuquan, no Deserto de Gobi, com previsão de atracar no módulo lançamento anteriormente. Já a segunda missão não será tripulada e ocorrerá com a espaçonave Tianzhou.

Reprodução

Lançamento do foguete Long March 5B. Imagem: Xinhua/Pu Xiaoxu

publicidade

Serão conduzidas, no total, 11 operações para completar a construção da base espacial chinesa. A estimativa do país é concluir o projeto até 2023, segundo Jianping. Após o lançamento do Tianhe e dos dois módulos experimentais, o programa prevê mais quatro missões de espaçonaves de carga e outras quatro com veículos tripulados. As operações devem contar com foguetes Long March 5B, Long March 2F e Long March 7.

Hubble chinês

Com três módulos, a base espacial chinesa vai abrigar três astronautas durante um período de seis meses. O país planeja usar a estação para conduzir projetos de pesquisa internacionais nas áreas de astronomia, medicina espacial, biotecnologia e física em microgravidade.

A estrutura ocupará a órbita da Terra em uma altitude de 340 a 450 quilômetros, por pelo menos 10 anos. A base terá uma inclinação orbital de 43 graus, para facilitar missões tripuladas com origem em Jiuquan. De acordo com Jianping, a China ainda considera expandir a estação para seis módulos.

Além disso, após completar a configuração inicial da estação, a China deve lançar o telescópio espacial ‘Xuntian’. O equipamento poderá atracar na base espacial para receber manutenção e reparos. No início do mês, Jianping comparou o Xuntian com o famoso telescópio Hubble.

Reprodução

Telescópio Espacial Hubble em órbita da Terra. Imagem: Nasa

“Sua resolução será equivalente à do conhecido telescópio Hubble, mas seu ângulo de observação será 300 vezes maior. Com isso, poderemos concluir a pesquisa de grandes áreas no espaço no período de 10 anos ”, afirmou.

Antes de iniciar a agenda de construção de suas base espacial, a China ainda pretende lançar uma missão com destino a Marte em julho de 2020 e enviar uma sonda à Lua no último semestre deste ano.

Fonte: SpaceNews