É uma conhecida ilusão de ótica: quando olhamos para duas figuras com cores idênticas sob fundos em contraste, percebemos uma delas como de cores diferentes (como na imagem acima).

Cientistas já entendem isso há bastante tempo: é um efeito chamado contraste simultâneo que há séculos vem sendo explorado por artistas e estudado por pesquisadores. Mas, até agora, ninguém sabia quem exatamente era o culpado pela percepção falha: nossos olhos ou nosso cérebro?

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) finalmente encontrou uma resposta para esse efeito. Ao realizar uma série de experimentos com diferentes tipos de voluntários, eles conseguiram finalmente entender que nascemos com essa “falha” na visão, e isso acontece antes das informações dos olhos chegarem ao cérebro.

Olhos nos enganam

Os cientistas inicialmente apresentaram uma série de testes visuais a 27 voluntários. Algumas vezes, eram exibidas imagens sutilmente diferentes para cada um dos olhos, e imagens com sombras e efeitos diferentes de iluminação também foram mostradas.

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A conclusão dos pesquisadores do MIT foi de que a luminância – a medida de densidade da intensidade de luz – interfere na percepção das cores em contraste simultâneo.

As nossas estimativas de brilho ocorrem bem no começo do processamento da imagem, antes das informações dos nossos olhos chegarem ao cérebro.

De nascença

Outra dúvida a ser solucionada pelos pesquisadores era se o nascíamos com nosso sistema visual preparado para fazer estimativa de brilho ou se é algo que aprendemos com o tempo ou influenciados por outras experiências.

Para isso, eles apresentaram imagens com a mesma ilusão para nove crianças entre 8 e 17 anos que eram capazes de enxergar pela primeira vez após uma cirurgia de catarata.

O efeito foi percebido pelas crianças da mesma maneira como os voluntários do estudo anterior, indicando que a estimativa de brilho é um mecanismo da visão que já nascemos com.

Apesar das possíveis respostas para a questão, e do estudo estar de acordo com outros recentes da área, nem todas as dúvidas sobre como processamos e entendemos ilusões foram solucionadas. O artigo científico foi publicado no Vision Research.

Via: Science Alert