Os primeiros casos conhecidos de Covid-19 pela humanidade datam de dezembro, na China. No entanto, pesquisadores na Itália agora acreditam que o vírus já estava no país desde dezembro, o que reforça teorias de que o coronavírus já circulava antes de ser formalmente reconhecido como ameaça.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde italiano, os pesquisadores conseguiram detectar traços genéticos do Sars-Cov-2 em amostras de água que datavam de 18 de dezembro nas cidades de Milão e Turim, que ficam justamente na região ao Norte do país, que foi a mais afetada pelo vírus.

Formalmente, no entanto, os dois primeiros casos diagnosticados na Itália foram reconhecidos no fim de janeiro, no dia 29, com turistas vindos da China e o primeiro italiano contaminado voltou de Wuhan no dia 6 de fevereiro. Isso significaria que o país já poderia ter casos de Covid-19 quase dois meses antes do que se imaginava inicialmente.

No estudo, os pesquisadores do instituto observaram 40 amostras de água de esgoto datando de períodos entre outubro e fevereiro, como relata a BBC. As amostras de outubro e novembro não demonstraram o vírus, mas foi possível detectá-lo em dezembro em Milão e Turim e em janeiro na região de Bolonha, que fica em uma região mais central da Itália.

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A descoberta bate com algumas suspeitas de que o vírus está ativo há mais tempo do que se imaginava. Atletas franceses, por exemplo, chegaram a afirmar uma suspeita de que teriam contraído Covid-19 em outubro de 2019, quando estiveram na China.

A Espanha também conseguiu rastrear o vírus no país para um momento anterior ao primeiro diagnóstico por meio de água de esgoto. Em Barcelona, amostras coletadas em janeiro mostraram traços do vírus, 40 dias antes de o primeiro caso ser confirmado em solo espanhol.