A China está acelerando o ritmo de seu programa espacial. O país realizou recentemente dois lançamentos em três dias, partindo de duas bases diferentes e colocando em órbita três satélites.

O primeiro lançamento ocorreu na última sexta-feira (3), quando um foguete Longa Marcha 4B decolou do centro de lançamento de satélites de Taiyuan, na província de Shanxi. A bordo estavam dois satélites: um chamado Gaofen, projetado para sensoreamento remoto com fins civis, e outro chamado Xibaipo, criado para popularizar o espaço entre os jovens.

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Foguete Longa Marcha 4B decola com os satélites Gaofen e Xibaipo a bordo. Foto: CASC

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Segundo a CASC (China Aerospace Science and Technology Corporation), estatal que é a principal responsável pela execução do programa eespacial chinês, o Gaofen pode “fornecer imagens com alta precisão para uso em mapeamento, levantamento de recursos naturais, gerenciamento de emergências, agricultura, monitoramento ambiental, construção civil e reflorestamento”, entre outras áreas.

Já o Xibaipo pode enviar e receber imagens e voz, além de servir como plataforma para experimentos realizados por estudantes. A China almeja consolidar sua posição como uma potência espacial, e para isso precisa estimular seus estudantes a seguir carreiras relacionadas a ciências e tecnologia, criando assim mão de obra especializada que será necessária em projetos futuros.

Dois dias após o lançamento em Taiyuan, um foguete Longa Marcha 2D partiu do centro de lançamento de satélites de Jiuquan, no noroeste do país, carregando o segundo satélite da família Shiyan-6, que segundo a CASC será usado para “estudar o ambiente do espaço e realizar experimentos tecnológicos relacionados” cuja natureza não foi especificada.

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Foguete Longa Marca 2D decola com o satélite Shiyan a bordo. Foto: CASC

Rumo a Marte

Em 23 de julho a China pretende lançar a missão Tianwen-1 rumo à Marte. O objetivo é colocar em órbita do planeta um satélite com seis instrumentos de observação, além de pousar um veículo de exploração (rover) com mais seis instrumentos para estudar a superfície do planeta.

Se tudo der certo esta será a primeira missão chinesa a chegar a Marte. Em 2011 o satélite Yinghuo-1 foi perdido quando o foguete russo Zenit usado no lançamento não conseguiu colocar os equipamentos da missão Phobos-Grunt na órbita correta.

A China já mandou dois satélites e rovers à Lua e tem planos para iniciar, no início de 2021, o lançamento dos primeiros componentes para a construção de uma estação espacial. Recentemente o país revelou detalhes de uma nova espaçonave tripulada, para substituir o design atual baseado na cápsula russa Soyuz, e lançou o último satélite de seu sistema de posicionamento global, uma alternativa ao GPS chamada Beidou.

Fonte: Space.com