A NSO Group, empresa israelense de tecnologia, é alvo de polêmicas envolvendo espionagem usando o WhatsApp. A empresa é acusada de usar o mensageiro para espionar jornalistas na Índia, políticos na Espanha e ativistas no Marrocos. No ano passado, ela foi processada pelo Facebook, proprietário do WhatsApp, e agora, a justiça americana pode forçar a NSO Group a divulgar suas informações e práticas impróprias.

A espionagem teria ocorrido com o uso de spyware, que é um malware que tem o objetivo de espionar e roubar informações pessoais do usuário por meio de uma máquina infectada. A empresa israelense teria usado o WhatsApp para espalhar esse spyware entre seus alvos. Em 2019, o Facebook processou a empresa na corte americana e exigiu a abertura do sigilo para descobrir quais foram as motivações por trás das espionagens.

O Facebook acusou a NSO Group de enviar spywares para 1.400 usuários do WhatsApp em um período de duas semanas. Agora, o órgão julgou que o caso deve prosseguir. Na decisão, a juíza Phyllis Hamilton afirmou que as justificativas da empresa israelense não foram convincentes para dar fim ao processo.

A NSO Group admitiu que vende spywares para clientes, como governos e agências políciais, com o objetivo de rastrear terroristas e criminosos. Segundo informações, a empresa já teve como clientes países como o México, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Ainda segundo informações, o spyware foi usado contra ativistas dos direitos humanos como Omar Abdulaziz, que era próximo do jornalista assassinado Jamal Khashoggi, morto em 2018, sob circunstâncias ainda desconhecidas, na embaixada da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.

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A empresa NSO Group teve uma vitória em um tribunal israelense esta semana, após um juiz rejeitar um processo judicial da Anistia Internacional, que tentou impedir a empresa de vender seus spywares para outros países.

Fonte: The Guardian